Ibovespa destoa de Wall Street mais um vez e fecha em alta; dólar sobe a R$ 5,75

O Ibovespa (IBOV) estendeu os ganhos pela segunda sessão consecutiva e destoou do forte desempenho negativo das bolsas de Wall Street.

Nesta quinta-feira (6), o principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,25%, aos 123.357,55 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7597, um leve avanço de 0,06% sobre o real. 

No cenário doméstico, o mercado ficou em compasso de espera por medidas do governo para conter a inflação sobre os alimentos. Mais cedo, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva iria anunciar medidas de enfrentamento à inflação de alimentos na tarde desta quinta-feira (6).

Segundo o ministro, Lula tinha uma reunião com associações e representantes do setor para apresentar as medidas. “Hoje bate o martelo”, disse o ministro a jornalistas. A Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo confirmou o encontro, mas sem a presença do presidente.

De acordo com a Secom, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, é quem coordena a reunião, que teve início por volta de 17h (horário de Brasília). Os ministros da Casa Civil, Rui Costa; da Agriculta, Carlos Fávaro; e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, também participaram do encontro.

Altas e quedas na bolsa 

As ações da Méliuz, negociadas fora do Ibovespa, foram o destaque do pregão desta quinta-feira (6). Os papéis CASH3 chegaram a disparar mais de 29% com o anúncio de que a companhia irá adotar o bitcoin como nova estratégia para sua tesouraria.

Já entre os ativos negociados no Ibovespa, Natura (NTCO3) recuperou as perdas do ano  e liderou os ganhos do índice após o JP Morgan reafirmar uma visão positiva sobre a empresa.

Em relatório, o banco destacou que a varejista terá uma performance superou aos pares neste ano, com a expectativa de resultados sólidos no curto prazo. O JP Morgan também avalia que a separação da Avon será, provavelmente, o próximo grande catalisador dos resultados.

A ponta negativa do Ibovespa foi liderada por Marcopolo (POMO3).

Mais uma vez, o setor de petróleo figurou entre as maiores perdas, na esteira do desempenho fraco da commodity. Brava Energia (BRAV3) caiu pelo segundo dia consecutivo, pressionada também pela  a aprovação da venda de ativos onshore e águas rasas na Bahia.

A reação negativa já era esperada pela XP Investimentos. O analista Regis Cardoso afirma que a medida anunciada hoje elimina o cenário alternativo de uma grande oferta por toda a operação onshore da Brava, que foi aventado em notícias nos últimos meses.

Petrobras (PETR4;PETR3) encerrou as negociações com queda de mais de 1%, completando o 8º dia seguido de perdas e atingiu o menor valor de mercado desde dezembro de 2023, em R$ 461 bilhões.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York voltaram a fechar em forte queda, devolvendo os ganhos da sessão anterior, com o vaivém das tarifas impostas pelo presidente Donald Trump ao México e Canadá.

Após ligação com a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, Trump informou que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre qualquer mercadoria que se enquadre no acordo comercial Estados Unidos-México-Canadá (USMCA) até 2 de abril. As tarifas sobre os produtos do Canadá também foram adiadas.

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O mercado seguiu também em compasso de espera por novos dados do mercado de trabalho. O relatório oficial de empregos dos Estados Unidos, o payroll, de fevereiro será divulgado nesta sexta-feira (7) e deve calibrar as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed).

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • Dow Jones: -0,99%, aos 42.579,08 pontos;
  • S&P 500: -1,78%, aos 5.738,52 pontos;
  • Nasdaq: -2,61%, aos 18.0,69,26 pontos.

Na Europa, o Banco Central Europeu (BCE) reduziu as taxas de juros a 2,50% ao ano, como o esperado, e sinalizou deixou a ‘porta aberta’ para novos cortes à medida que a inflação retorne à meta de 2%.

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