PIB em alta, indústria em recuperação e incertezas globais: os destaques da economia nesta semana

Veja os indicadores econômicos que serão destaques entre os dias 03 e 07 de março, com projeções e comentário.

Apesar dos sinais de desaceleração observados no último trimestre, a economia brasileira deve crescer aproximadamente 3,5% em 2024

Caso esse resultado se confirme, será o mais expressivo desde 2021, quando o PIB avançou 4,8%. Esse desempenho também proporcionará um carrego estatístico de cerca de 1,5%, ou seja, mesmo que a economia permaneça estagnada no nível do último trimestre de 2024, ainda assim o crescimento em relação ao ano anterior será de aproximadamente 1,5%. No entanto, esse não é o nosso cenário-base. Nossas projeções iniciais indicam um crescimento de 3,0% do PIB em 2025.

Produção industrial brasileira deve crescer em janeiro após três meses de queda

A maioria dos indicadores antecedentes aponta para a primeira expansão mensal da atividade industrial desde setembro. Entre os destaques, chama atenção o aumento no fluxo de veículos pesados nas estradas, que registrou alta superior a 3% na série com ajuste sazonal.

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A desaceleração das exportações e o aumento das importações devem resultar no menor saldo comercial para meses de fevereiro nos últimos quatro anos

Comparar os dados de janeiro de 2025 com os de janeiro de 2024 pode não ser a abordagem mais adequada. Embora o saldo do primeiro mês de 2025 tenha sido significativamente inferior ao do mesmo período do ano passado, é importante considerar que os cerca de US$6,1 bilhões registrados em janeiro de 2024 representaram o maior resultado para o mês em toda a série histórica disponível. Nesse contexto, apesar de o chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, ter alertado para o “risco” de o Investimento Direto no País (IDP) tornar-se insuficiente para financiar os déficits em conta corrente, esses números devem ser analisados com cautela. Nossa projeção inicial indica que o Brasil deverá encerrar 2025 com um ingresso líquido de IDP da ordem de US$76 bilhões e um déficit em conta corrente próximo a US$61,8 bilhões.

A semana do Carnaval será marcada pela conhecida “Duas Sessões” na China, sessões plenárias anuais que envolvem lideranças políticas

O encontro das autoridades políticas chinesas deve focar na revisão das metas de crescimento e no anúncio de novas medidas de estímulo econômico, há meses sinalizadas por líderes locais. De modo geral, espera-se que a China mantenha sua meta de crescimento em 5% ao ano e indique a adoção de cortes de juros e políticas fiscais expansionistas. A sinalização de medidas para enfrentar os efeitos contracionistas das tensões comerciais e os riscos internos, especialmente no setor imobiliário, poderá influenciar o mercado de commodities e, consequentemente, o câmbio nos próximos dias.

O esgotamento do chamado “efeito-Trump” pode levar os dados de emprego a patamares mais baixos em fevereiro

Após um impulso adicional à atividade econômica, a produção nos Estados Unidos pode começar a mostrar sinais mais evidentes de desaceleração. A expectativa em relação à aplicação de tarifas aduaneiras levou parte dos produtores americanos a antecipar compras e aumentar a produção, sustentando um ritmo forte e, em certa medida, indesejado da atividade econômica. No entanto, esse movimento de antecipação pode estar chegando ao fim, com seus efeitos já se manifestando no primeiro trimestre deste ano.

A desaceleração da inflação e os sinais de estagnação econômica devem levar o Banco Central Europeu a um novo corte de juros

Embora exista o risco de que o aumento do diferencial de juros entre a Zona do Euro e os Estados Unidos provoque uma desvalorização mais acentuada do euro frente ao dólar, os indicadores macroeconômicos devem respaldar a continuidade do ciclo de cortes pela autoridade monetária europeia. Apesar da necessidade de novas reduções, uma integrante do BCE afirmou nos últimos dias que o banco pode interromper ou suspender o ciclo de afrouxamento monetário em breve.

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