Ambev (ABEV3) lidera altas após resultado do 4T24 e dividendos; é hora de comprar?

A Ambev (ABEV3) viu suas ações saltarem nesta quarta-feira (26) após a divulgação do balanço do quarto trimestre de 2024 (4T24). Por volta das 14h50, os papéis subiam 5,59%, a R$ 11,71.

A companhia reportou um lucro líquido de R$ 5 bilhões no quarto trimestre de 2024, um salto de 11% em relação ao mesmo período de 2023, quando lucrou R$ 4,5 bilhões.

A cifra supera o consenso do mercado, que esperava um lucro líquido de R$ 4,6 bilhões, segundo dados reunidos pelo BTG Pactual.

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No relatório, a empresa informou ao mercado que distribuirá dividendos aos seus acionistas no valor de R$ 2 bilhões, o que representa R$ 0,1276 por ação, conforme aprovado pelo conselho de administração.

No entanto, nem todas as análises foram positivas sobre o resultado.

Enquanto o BB Investimentos avaliou com otimismo os números, o Itaú BBA disse que o balanço tinha “sinais mistos”.

Para os analistas do banco, os negócios internacionais e a divisão de bebidas não alcoólicas apresentaram resultados acima do esperado, mas a decepção ficou com a operação de cervejas no Brasil, que enfrenta desafios em sua receita.

“A queda nos volumes da divisão de cervejas no Brasil pode indicar um ambiente competitivo mais desafiador, levando a uma compressão da receita na comparação anual – algo não visto desde a pandemia”, destacaram em sua avalição.

Outros pontos de atenção seriam a alíquota efetiva de impostos para 2024, que ficou no limite superior das projeções, a sustentabilidade do Ebtida na América Latina Sul (LAS) e a projeção (guidance) de custo.

“O mercado pode interpretar os resultados a partir de dois cenários distintos e conflitantes para 2025. A Ambev negocia atualmente a 12 vezes o lucro, com um nível elevado de posições vendidas. No entanto, a ausência de gatilhos operacionais no momento explicam nossa postura neutra em relação à ação”, apontam os analistas.

Por outro lado, o BTG Pactual destaca o avanço e consolidação da companhia na América Central e Caribe (CAC), que atualmente é a geografia mais lucrativa da companhia, com uma margem Ebitda de 44%, impulsionada por um mix favorável.

Além disso, no Canadá, os volumes surpreenderam os analistas do banco com um crescimento de 4% na comparação anual, acompanhado de um ganho de participação de mercado.

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*Com Lorena Matos