Maioria dos brasileiros se vê como classe média, mas renda não acompanha, diz Quaest

Um levantamento da Quaest revelou que 66% dos brasileiros se consideram parte da classe média, mesmo quando seus rendimentos não se encaixam necessariamente nos critérios econômicos tradicionais.

O estudo aponta que a identidade de classe vai além da renda e reflete um referencial de status e estabilidade para grande parte da população.

A pesquisa destaca que até mesmo pessoas classificadas como pertencentes às classes baixa e alta se identificam como classe média.

Entre os entrevistados, 55% dos que têm menor renda e 81% dos que possuem maiores ganhos afirmaram se enxergar como parte desse grupo.

Outro aspecto relevante é a relação da classe média com a moradia. Segundo os dados, 59% dos entrevistados que se consideram dessa classe vivem em imóveis próprios e quitados, enquanto apenas 25% pagam aluguel. Na classe baixa, o percentual de quem depende do aluguel sobe para 29%.

A estrutura familiar também se diferencia entre as classes. Famílias menores são mais comuns na classe média, onde 28% dos domicílios possuem três pessoas, um número próximo ao da classe alta (25%). Já a classe baixa apresenta maior percentual de lares com famílias numerosas.

Classe média e a relação com bancos

No aspecto financeiro, o levantamento mostrou que 84% dos integrantes da classe média possuem conta bancária e 79% utilizam o Pix, indicadores que evidenciam a crescente integração desse grupo aos serviços financeiros.

No entanto, o uso do cartão de crédito ainda é mais comum na classe alta (73%), enquanto na classe média esse número é de 58%.

O estudo também analisou o comportamento econômico da população. Entre os brasileiros com maior poder aquisitivo, 24% afirmam priorizar a poupança.

Já na classe baixa, 15% dos entrevistados utilizam o dinheiro excedente para ajudar familiares. A classe média, por sua vez, encontra-se entre esses dois perfis, equilibrando consumo e segurança financeira.

Além disso, a pesquisa trouxe dados sobre a percepção do papel do Estado na vida dos brasileiros. Enquanto 98% da classe média defendem serviços públicos gratuitos de saúde e educação, há divergências quando o tema é a tributação dos mais ricos.

Cerca de 35% dos entrevistados da classe alta se opõem a maiores impostos para os mais ricos, enquanto apenas 18% da classe baixa discordam dessa medida.

A pesquisa também analisou a relação da classe média com o mercado de trabalho. Para 77% desse grupo, a estabilidade no emprego é a maior prioridade, enquanto 84% da classe baixa afirmam que qualquer trabalho que pague as contas já é suficiente. A classe alta, por sua vez, valoriza mais a qualificação profissional e a progressão de carreira.

No que diz respeito ao consumo de notícias, a classe média divide suas fontes entre redes sociais (36%) e televisão (35%), enquanto a classe baixa é mais dependente da TV (43%) e a classe alta das redes sociais (37%).

Com base nesses dados, especialistas apontam que a classe média continua sendo um dos segmentos mais influentes na economia e na política do Brasil.

Sua percepção sobre segurança financeira, consumo e participação no mercado define tendências e impacta diretamente decisões governamentais e empresariais.

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