Em 2024, Manaus teve 31% mais mortes de motociclistas; Ufam desenvolve sistema anticolisão

Em 2024, Manaus registrou 158 mortes em acidentes envolvendo motocicletas, o que representa um aumento de 31% em relação a 2023.

Esses números, apresentados pelo Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU), refletem um quadro de insegurança nas vias da cidade.

Embora os dados já sejam amplamente conhecidos, uma luz surge no horizonte, trazida por uma iniciativa local que pode oferecer soluções reais para reduzir essa estatística.

A Universidade Federal do Amazonas (Ufam), através do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção (PPGEP), desenvolveu um protótipo de segurança ativa anticolisão para motocicletas.

O sistema, que utiliza sensores avançados para identificar riscos iminentes de acidentes, promete aumentar significativamente a segurança no trânsito, evitando colisões e mitigando os impactos de falhas humanas e frenagens bruscas.

O protótipo de segurança ativa foi registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), marcando um avanço significativo não apenas no âmbito acadêmico, mas também no potencial de aplicação prática.

Como funciona

Seu funcionamento é simples, mas eficaz: o sistema emite alertas em tempo real para os motociclistas, indicando obstáculos à frente, o que pode reduzir os acidentes nas vias urbanas e rodovias.

A proposta, além de tecnológica, busca também ser acessível, com um design que pode ser adaptado a diferentes modelos de motocicletas e com um custo reduzido, especialmente para os veículos populares.

A ideia, originada pela experiência de mais de 40 anos do professor Dércio Luiz Reis como piloto de motocicletas, tem uma missão clara: salvar vidas e aliviar o sistema de saúde, que sobrecarrega com os altos custos decorrentes de acidentes graves.

“As tecnologias disponíveis hoje permitiram o desenvolvimento do Projeto, que visa tornar a segurança mais acessível aos motociclistas em toda a sociedade”, afirmou.

No entanto, apesar das inovações e do potencial impacto positivo, a questão é se essa tecnologia conseguirá sair dos muros da universidade e ser implementada em larga escala, recebendo o apoio necessário para reduzir efetivamente as mortes no trânsito.

A Ufam já está em busca de parcerias com órgãos de trânsito e segurança pública para implementar essa inovação, além de colaborar com o Polo Industrial de Manaus (PIM), que, segundo a Abraciclo, produziu cerca de 1,7 milhão de unidades em 2024, reunindo 11 montadoras do setor.

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