BB Seguridade (BBSE3) vê sinistralidade de seguro rural avançando em 2025

A  BB Seguridade (BBSE3) teve dois anos de queda no índice de sinistralidade em suas operações com seguro agrícola e não espera que nova melhora possa voltar a ocorrer neste ano, em meio a incertezas geradas pelas mudanças climáticas.

O grupo encerrou 2024 com um índice de sinistralidade no segmento agrícola de 28,9%, redução de 5 pontos percentuais sobre 2023, que já havia mostrado queda de 75 pontos ante 2022.

“Estamos muito no início do ano para (falar sobre) qualquer tendência, mas, a princípio, a sinistralidade (do segmento rural) deve ficar entre o que observamos em 2024 e o que observamos em 2023”, disse o diretor de finanças da BB Seguridade, Rafael Sperendio, em conferência com analistas nesta terça-feira, após publicação dos resultados de quarto trimestre da empresa na noite da véspera.

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“Não é preocupante, mas não dá para assumir que (a sinistralidade) permaneça na mínima histórica em dois anos seguidos”, acrescentou o executivo.

As ações da BB Seguridade exibiam valorização de 2,82% às 14h24, entre as principais altas do Ibovespa, que caía 0,43% no horário.

Analistas do Itaú BBA consideraram os resultados da BB Seguridade, que mostraram lucro 6% maior no quarto trimestre ante o mesmo período do ano anterior, como “ligeiramente positivos”, com números que excederam a expectativa.

Na conferência, Sperendio afirmou que a BB Seguridade acompanha diariamente projeções metereológicas e seus impactos para o setor rural e comentou que para o primeiro trimestre “temos uma predominância do La Niña, que vai perdendo força ao longo do trimestre, passando a neutralidade depois”. Para a empresa, disse o executivo, isso representa um “cenário extremamente benigno”.

Mas Sperendio acrescentou que pelos dados de fevereiro “temos observado uma frequência mais reduzida de avisos, mas com severidade maior, em especial no Mato Grosso e no Mato Grosso do Sul”, ante o verificado no mesmo período do ano passado. Segundo o executivo, apenas 10% da área plantada do Brasil é protegida por seguro agrícola ante nível de 80% nos Estados Unidos.

Para as demais linhas de seguros da empresa, o executivo afirmou que vê melhoria na sinistralidade do segmento residencial, embora a divisão tenha pouca relevância para os resultados do grupo, e também do prestamista.

Segundo Sperendio, 2025 é um ano “menos previsível” para estimativas de prêmios emitidos de linhas de seguros mais dependentes de crédito, como prestamista e rural, diante da alta da taxa Selic.

“A sensibilidade desse intervalo vai estar concentrada no prestamista e rural. Se a originação vier melhor que o esperado, nos aproximaremos do topo do ‘guidance’”, disse o diretor financeiro, se referindo à previsão de crescimento de 2% a 7% nos prêmios emitidos da unidade Brasilseg este ano.

Questionado sobre as tratativas em torno do consignado privado, Sperendio citou que “pode abrir mercado importante para o Banco do Brasil”, controlador da BB Seguridade.

“Para 2025, estamos mais otimistas nas linhas não relacionadas a crédito e com um pouco mais de incerteza nas linhas mais ligadas à originação de crédito do BB”, disse Sperendio, citando que cada 1 ponto percentual de alta na Selic representa um ganho financeiro de R$100 milhões para o resultado da BB Seguridade.

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