Ibovespa fecha em alta com mercado de olho em tarifas de Trump

O Ibovespa fechou em alta de 0,38%, cotado aos 124.850,18 pontos. Investidores avaliam os detalhes das novas taxas recíprocas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, enquanto digerem os dados acima do esperado da inflação por lá. O número diminui a chance de corte de juros pelo Banco Central americano neste ano.

Tensão global: tarifas dos EUA e guerra na Ucrânia no radar

Trump anunciou que revelará detalhes sobre sua proposta de tarifas comerciais ainda hoje. Segundo ele, a medida será uma resposta direta aos países que impõem impostos sobre importações norte-americanas, elevando o temor de uma guerra comercial que pode pressionar ainda mais a inflação nos Estados Unidos.

No cenário geopolítico, Trump afirmou ter mantido conversas por telefone com Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Volodymyr Zelenskiy, líder ucraniano. Durante o diálogo com Putin, Trump garantiu que ambos concordaram em iniciar negociações imediatas, aumentando a esperança de uma solução diplomática para o conflito.

Desempenho da Bolsa: Vale e Petrobras em queda, bancos operam mistos

O pessimismo refletiu diretamente nas ações de grandes companhias brasileiras. Os papéis da Vale (VALE3) registram perdas, impactados pela volatilidade do mercado de commodities, enquanto Petrobras (PETR4) também recua. Já os grandes bancos apresentam desempenho misto, sem tendência definida no início do pregão.

Enquanto isso, o dólar comercial avança para R$ 5,77, pressionado pelo aumento da aversão ao risco no mercado internacional. Em contrapartida, os juros futuros (DIs) recuam ao longo de toda a curva, refletindo expectativas sobre a política monetária brasileira.

EUA: Alta no PPI supera previsões e pressiona política monetária

Os índices de preços ao produtor (PPI) nos Estados Unidos subiram acima do previsto em janeiro, reforçando os desafios do Federal Reserve (Fed) no controle da inflação e alimentando dúvidas sobre cortes iminentes nos juros. O dado é um importante termômetro da pressão inflacionária na economia, pois reflete os custos na cadeia de produção antes de chegar ao consumidor final.

O PPI de janeiro registrou alta de 0,4% na comparação mensal, superando a estimativa do mercado de 0,3%. O núcleo do indicador, que exclui alimentos e energia, teve um avanço de 0,3%, alinhado às projeções, mas acima da estabilidade observada em dezembro.

Na base anual, o PPI acumula um aumento de 3,5%, acima dos 3,2% esperados pelo mercado e dos 3,3% registrados no mês anterior. O núcleo do PPI subiu 3,6% em 12 meses, reforçando a persistência da pressão inflacionária.

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