Oferta de crédito se deteriora ‘de forma generalizada’, avaliam instituições financeiras

As condições de oferta de crédito no Brasil pioraram de forma generalizada no último trimestre de 2024, segundo a Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC) divulgada pelo Banco Central nesta terça-feira. O levantamento mostra que, para os primeiros meses de 2025, as instituições financeiras projetam um agravamento ainda maior, especialmente no segmento de crédito habitacional.

A deterioração das condições é atribuída a três fatores principais: custo ou disponibilidade do funding, aumento da inadimplência e menor tolerância ao risco por parte dos bancos. Esses elementos têm restringido a oferta de financiamento para empresas e consumidores, afetando diretamente a economia real.

Habitacional deve ser o mais impactado

O relatório do Banco Central divide a avaliação em quatro segmentos: crédito para consumo de pessoa física, crédito habitacional, crédito para grandes empresas e crédito para micro, pequenas e médias empresas (MPME). Entre eles, o setor imobiliário deve ser o mais afetado pela restrição no crédito.

A expectativa para o primeiro trimestre de 2025 é de piora nos fatores que influenciam a oferta do crédito habitacional, o que deve levar a um menor nível de tolerância ao risco”, aponta a pesquisa. Segundo as instituições consultadas, o custo do funding e a inadimplência são os principais motivos para essa tendência negativa.

Demanda continua positiva para consumo

Apesar do cenário desafiador, a demanda por crédito de consumo para pessoa física deve seguir positiva. Já no caso das empresas, o movimento é mais tímido: a procura por financiamento permanece neutra entre grandes companhias e MPMEs, sem grandes variações.

Por outro lado, no habitacional, além da oferta mais restrita, a expectativa também é de demanda mais fraca, o que pode impactar o setor imobiliário e a construção civil.

Menos crédito, mais desafios para o crescimento

A restrição no crédito é um dos principais desafios para o crescimento econômico em 2025. Com juros ainda elevados e bancos mais cautelosos, a recuperação da atividade econômica pode ser comprometida, afetando investimentos, consumo e geração de empregos.

Para os próximos meses, o comportamento desse mercado dependerá do cenário macroeconômico, especialmente das decisões de política monetária do Banco Central e da evolução da inadimplência. Enquanto isso, empresas e consumidores devem enfrentar um ambiente mais desafiador para acessar financiamento.

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