Editorial: Eleição em escolas seria solução

Entra governo, sai governo e a polêmica não muda: a troca de diretores de escolas é um tema muito sensível e que preocupa as comunidades. Não é de hoje. Foi assim ontem e será amanhã, caso a situação não mude.

Em 2017, houve uma tentativa de democratizar a escolha, conferindo à comunidade escolar maior peso na decisão. A lei até foi aprovada, mas nunca foi efetivada. Assim, foi revogada três anos mais tarde sem qualquer reação.
Prevaleceu a indicação política, muitas vezes prometida na campanha eleitoral para abarcar um ou outro apoio obtido durante as conversas e negociações dos bastidores.

O tema deve ser pautado pela Câmara em breve, quando as sessões forem normalizadas. Há um projeto que tramita desde o fim do ano passado, proposto pelo ex-governo de Samir Ahmad, no apagar das luzes e às vésperas de deixar o mandato, ao invés de ter desfeito a mudança proposta por um aliado, quando teve quatro anos para fazer.

A democracia não é o mais perfeito dos regimes políticos, mas é o mais aceito. Em âmbito estadual, desde 2015, as escolas da rede pública elegem seus diretores. Apenas em 2023, o governo resolveu mudar e abrir uma brecha para indicação, caso não atingidos os 50% +1, símbolo da maioria dos votos. Até mesmo na democracia, a imposição parece encontrar meios de se manter.

Apesar de tudo isso, os vereadores e o governo municipal terão a chance de normatizar a eleição de diretor como uma prática de fortalecimento popular.

Resta saber se os indicadores de cargos, alguns públicos e outros ocultos, concordarão em abrir mão do poder de barganha em troca da democracia. Ou da sensação que ela existe. A polêmica da exoneração da diretora de Barranceira é apenas mais um capítulo entre tantos outros. Se não for agora, seguirá praxe da nossa política.

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