Ex-baixista do Megadeth diz que “nem toda banda funciona como uma democracia”

David Ellefson, ex-baixista do Megadeth
Foto via Wikimedia Commons

David Ellefson, ex-baixista do Megadeth, compartilhou recentemente uma reflexão sobre como funcionam as dinâmicas de algumas bandas.

Em uma nova entrevista ao The Good The Band & The Ugly, o músico apontou que muitas vezes as bandas tentam dividir tudo igualmente, mesmo quando nem todos participam das composições. O que acontece, entretanto, é que nem sempre essa divisão se mantém por muito tempo, já que alguns grupos possuem um ou dois compositores principais que ficam com a maior parte dos royalties. Ele apontou (via Blabbermouth):

“As bandas geralmente começam assim [onde as coisas são divididas de forma mais igualitária]. Elas nem sempre terminam assim, onde é assim. Confie em mim, eu sei. Isso é uma coisa interna que acontece às vezes. É engraçado, nem toda banda funciona como uma democracia.”

Ellefson, que saiu do Megadeth em 2021, continuou sua explicação falando sobre a importância da liderança nos grupos, e destacando que nem sempre ser líder significa ser o mais popular:

“Há apenas algumas situações em que — sempre tem que haver um líder, certo? E ser o líder nem sempre é — não é um concurso de popularidade, isso é certo. E você nem sempre é o cara mais popular na sala porque você está tendo que estabelecer a lei e tomar algumas decisões sobre as coisas. E isso é realmente o que separa os homens dos meninos no que diz respeito aos jogadores amadores de fim de semana versus aqueles que estão nisso profissionalmente.

É como um chef. É como, ‘Ei, queremos o hambúrguer médio bom.’ ‘Bem, eu faço meu médio’. ‘Eu não me importo. Aqui nós fazemos um médio bom. Faça um médio bom, ou precisaremos de outro chef para fazer isso’. Então é a mesma coisa. É como, ‘Ei, aqui, é isso que fazemos. É assim que fazemos. Precisamos que você se vista assim, toque assim’. E como eu sempre digo, não leve o [baixo] fretless de seis cordas para o show de punk rock e não leve seu P Bass [baixo Fender Precision] com adesivos BLACK FLAG para o show da banda de casamento. Leia o ambiente.”

David Ellefson e seu processo contra Dave Mustaine, do Megadeth

O baixista integrou o Megadeth desde seu início em 1983 até 2002, quando o grupo fez uma pausa breve enquanto o frontman Dave Mustaine se recuperava de graves danos nervosos que o impossibilitaram de tocar.

Após sua melhora, Mustaine convocou músicos de estúdio para gravar o disco The System Has Failed, que se tornou o álbum de retorno do Megadeth em 2004 e acabou recrutando o ex-baixista do Iced Earth, James MacDonough, para assumir o lugar de Ellefson na turnê de divulgação do disco.

Inconformado com a situação, David Ellefson processou Mustaine em 2004 por US$18,5 milhões, alegando que o guitarrista/vocalista ainda lhe devia substanciais royalties de mercadorias e publicação. Em janeiro de 2005, o caso foi arquivado no tribunal e, cinco anos depois, Ellefson voltou a tocar no Megadeth.

Em 2021, Ellefson foi demitido do Megadeth após um escândalo sexual que envolveu acusações de pedofilia. Em Julho de 2022, o baixista anunciou uma nova banda chamada Dieth, que se encaixa no subgênero Death Metal e conta com o vocalista brasileiro Guilherme Miranda (ex-guitarrista e vocalista do Entombed A.D.).

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