Sepultura: um ranking do pior ao melhor disco da banda

Sepultura em 2024
Foto por Edu Defferrari

SEPULTURA DO BRASIL – 1, 2, 3, 4! Essa frase é de arrepiar qualquer fã de música pesada (e até alguns que nem são!) e avisa que é hora de bater cabeça. Orgulho nacional, o Sepultura tem uma carreira histórica, mesmo em meio a mudanças de formação ao longo dos anos.

Aliás, o fato do grupo ter se mantido firme — e sempre lançando álbuns – é um dos maiores méritos de Andreas Kisser e Paulo Xisto, os dois membros que estão há mais tempo no grupo atualmente.

Com Derrick Green nos vocais desde a saída de Max Cavalera e uma rotação de bateristas genial que passou por Iggor Cavalera, Jean Dolabella e Eloy Casagrande antes do atual Greyson Nekrutman, é natural que as mudanças de sonoridade acompanhem os novos integrantes.

Ao mesmo tempo, os riffs inconfundíveis de Andreas Kisser ajudam o Sepultura a sempre manter sua identidade intacta, e há trabalhos tão bons em anos recentes quanto aqueles clássicos que você já conhece bem.

Por isso, logo abaixo, separamos um ranking de toda a discografia do Sepultura. Diz pra gente se você concorda depois!

Um ranking do pior ao melhor álbum do Sepultura

15. A-Lex (2009)

É quase universal que A-Lex é, dentro de uma discografia genial como a do Sepultura, o pior trabalho da banda. O grande mérito do álbum é ter permitido uma sequência à banda mesmo após a saída de Iggor Cavalera — aqui, o Sepultura mostrou que seguiria em frente independente de qualquer turbulência interna.

14. Machine Messiah (2017)

Apesar da baixa posição no ranking, Machine Messiah tem em “Phantom Self” uma das melhores músicas da carreira do Sepultura. O problema do álbum é o mesmo ponto que faz ela ser tão boa: aqui, a banda experimentou e levou a sonoridade tão longe quanto poderia – deu certo demais no single, mas o disco como um todo é no mínimo desafiador para o ouvinte.

13. Kairos (2011)

Depois da péssima repercussão de A-Lex alguns anos antes, era difícil o Sepultura não cair em algo melhor na sua próxima empreitada. Kairos está longe de ser um álbum ruim, ajudando a banda a reencontrar sua melhor forma em músicas como a faixa-título, que presenteia os fãs com um riff inesquecível de Andreas Kisser.

Um fator que faz o disco perder alguns pontos é a gravação, que tira um pouco do peso das composições com escolhas de timbre que não parecem necessariamente certeiras.

12. The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart (2013)

Em meio a um período de incertezas e a entrada do baterista Eloy Casagrande, o Sepultura encontrou um lugar comum na produção de Ross Robinson, que trabalhou com o grupo anteriormente. The Mediator Between Head and Hands Must Be the Heart é o retrato de uma banda que começava a encontrar sintonia em sua nova formação, com vários bons momentos permeados por alguns sinais de que nem tudo estava perfeito ainda.

11. Against (1998)

Abraçar o caos é uma virtude. Primeiro disco sem Max Cavalera, Against foi rechaçado pelos fãs por motivos óbvios, mas por pouco não mereceu um lugar no Top 10.

O maior problema aqui pareceu ser a vontade de se prender a um estilo que havia se esgotado com a saída de Max, mais ligado ao Nu Metal. Quando a banda realmente abraçou sua nova identidade, como na excelente “Choke”, Derrick Green brilhou e vimos que o futuro poderia ser muito interessante.

10. Morbid Visions (1986)

É até curioso escolher onde encaixar os primeiros álbuns do Sepultura nesta lista, já que eles soam tão diferentes. Morbid Visions é um retrato perfeito do underground, com sua sonoridade absurdamente crua e mais demoníaca do que qualquer outra coisa que a banda faria no futuro.

“Troops of Doom” é um hino do Metal brasileiro, daqueles que fazem você se sentir em um inferninho (pegou o trocadilho?!) e que traduzem uma visão que viria a ser realizada alguns anos depois. Um registro histórico, podemos dizer!

9. Dante XXI (2006)

Demorou alguns anos, mas a formação com Derrick Green nos vocais engrenou muito bem depois de alguns anos. Dante XXI é tranquilamente um dos discos mais subestimados da carreira do Sepultura, especialmente por ter a genial “Convicted in Life” – possivelmente a melhor música da banda nos Anos 2000.

Riffs insanos de Andreas Kisser começaram a soar cada vez mais Hardcore, como se abraçando de vez as influências que Green trazia de seu passado, e o resultado é realmente muito bom!

8. Roorback (2003)

Como falamos acima, foi em Dante XXI e talvez principalmente em Roorback que o Sepultura mostrou que a sintonia com Derrick Green ficou totalmente em dia. Aqui, o grupo deixou claro que a nova formação era capaz de ter a mesma energia da “fase de ouro” e, ainda assim, soar inédita.

Alguns destaques subestimados são “Apes of God”, que captura aquela essência cheia de groove do Sepultura, e “Come Back Alive”, que poderia tranquilamente estar em qualquer um dos discos clássicos da banda.

7. Schizophrenia (1987)

Em pouquíssimo tempo, a crueza de Morbid Visions deu lugar a uma sonoridade muito mais lapidada. Schizophrenia é a mistura perfeita da pegada underground, que tem um som facilmente identificável, com uma maturidade que começava a se desenvolver em uma identidade muito mais própria.

Aqui, o Sepultura ainda aparecia muito influenciado pelas suas referências do início de carreira – mas Schizophrenia é um disco que qualquer fã de Metal das antigas vai saber apreciar.

6. Nation (2001)

É preciso fazer um disclaimer aqui: talvez o fato de Nation ter sido um dos primeiros discos de Metal que tive na vida esteja influenciando esse ranking. Mas, falando em experiência pessoal, é difícil não lembrar da sensação de colocar o CD para tocar e ouvir “Sepulnation” e ficar arrepiado com o groove de Iggor Cavalera e a guitarra de Andreas Kisser.

Não dá para chamar Nation de melhor disco da banda, e é notável a tentativa de replicar aqui alguns sucessos do passado. Mas a originalidade de faixas como “Tribe to a Nation” também merece respeito e eu estarei aqui nas trincheiras defendendo Nation enquanto puder!

5. Beneath the Remains (1989)

O Sepultura pode ter saído do underground ainda nos Anos 80, mas Beneath the Remains é um disco que conseguiu ainda capturar a magia daquela cena e levá-la para o mundo. O álbum pode não ser o mais revolucionário da banda, mas faixas como “Inner Self” se tornaram clássicos do gênero em todo o planeta e ele definitivamente merece estar no Top 5.

4. Arise (1991)

Falar sobre Arise é muito simples: aqui, o Sepultura simplesmente pegou aquilo que havia feito em Beneath the Remains e resolveu replicar ainda melhor. Não há nenhum demérito nisso – muito pelo contrário.

A faixa-título e outras clássicas como “Dead Embryonic Cells” são uma evolução natural do que aconteceu dois anos antes, e é por isso que Arise rapidamente entrou na lista de discos fundamentais do Metal.

3. Quadra (2020)

É difícil explicar a sensação de ouvir Quadra pela primeira vez. Dar o play no álbum e ouvir “Isolation” já te faz imediatamente prestar atenção no que está acontecendo: é uma das melhores músicas do grupo em muito tempo. Mas será como em outros discos, que têm algumas faixas de destaque e outras esquecíveis?

“Means to an End” é uma resposta imediata: nada disso. A música mostra o Sepultura criando uma identidade absolutamente incrível com sua nova formação, e o restante do disco caminha na mesma direção, estabelecendo um novo clássico do Metal brasileiro tantos anos depois desta mesma banda fazê-lo pela primeira vez.

Quadra é algo realmente inexplicável. Poucas vezes na música moderna vimos bandas que tiveram auges há mais de 20 anos entregarem um trabalho que se equipara aos maiores da carreira, mas é literalmente o que acontece aqui!

2. Roots (1996)

As duas primeiras posições são realmente muito pessoais. Roots é possivelmente o disco mais importante da carreira do Sepultura, e suas faixas principais foram praticamente responsáveis por liderar um movimento que fez sucesso global, com bandas como Slipknot admitindo essa influência dos brasileiros em várias ocasiões.

As experimentações sonoras com as raízes brasileiras certamente trouxeram algo novo e genial, que será lembrado por gerações a fio como um dos maiores exemplos de como é possível fazer um intercâmbio improvável entre gêneros musicais. Histórico!

1. Chaos A.D. (1993)

O primeiro lugar, ao menos aqui, vai para Chaos A.D.. A importância histórica de Roots é inquestionável, mas é fato: ele não existiria sem o iníco das experimentações que veio aqui.

Depois do sucesso de Beneath the Remains e Arise, o Sepultura poderia tranquilamente continuar repetindo a fórmula e possivelmente se tornaria um ícone do Metal. Mas os brasileiros não estavam satisfeitos e Chaos A.D. viu a essência do grupo ser mantida e expandida com mais groove do que nunca, abrindo as portas para clássicos como “Territory” e “Refuse/Resist”.

Essa última é um exemplo perfeito de como o Sepultura foi capaz de misturar gêneros musicais, criar algo novo e pensar fora da caixa, colocando-os em um patamar realmente único na música mundial. Isso tudo sem contar que as letras passaram a ter ainda mais conteúdo, com protestos explícitos e que casavam com a realidade brasileira.

Medalha de ouro!

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