Bolsonaro quer fim da Lei da Ficha Limpa apoiada por ele em 2010: ‘persegue a direita’

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) encampou um movimento pela revogação da Lei da Ficha Limpa no Brasil. A norma aprovada pelo Congresso Nacional em 2010 busca promover a transparência e a moralidade na política do país.

Por meio dela, foram estabelecidos critérios de inelegibilidade a quem tenha sido condenado por crimes graves, como corrupção, lavagem de dinheiro e outros delitos que comprometam a integridade pública.

Na ocasião, Bolsonaro votou favorável à aprovação da lei que em 2018 impediu Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de disputar as eleições contra ele.

Em um de seus perfis nas redes sociais, no entanto, o ex-presidente agora se declara contrário à Ficha Limpa alegando que ela vem “perseguindo políticos de direita”.

“A Lei da Ficha Limpa hoje em dia serve apenas para uma coisa: para que se persiga os políticos de direita”, disse o ex-presidente ao defender a redução de 8 para 2 anos o período de inelegibilidade de quem teve os correios políticos cassados ou mesmo o fim dela. Isso o daria chances de disputar as eleições de 2026.

“Eu sou até radical. O ideal seria até revogar essa lei, que assim não vai perseguir mais ninguém e quem decide se vai eleger ou não o candidato é você”, disse.

Discussão é inflada por aliados e pelo presidente da Câmara

A teoria de Bolsonaro surge na esteira da movimentação de aliados e das recentes declarações do novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). Na semana em que foi empossado no cargo, o parlamentar defendeu a redução do tempo de inelegibilidade de um político com os direitos cassados pela Justiça Eleitoral.

“Num sistema democrático, que você tem eleição de dois anos, você não achar que oito anos é um tempo extenso é não reconhecer o período democrático. Oito anos na política brasileira é uma eternidade, foi o que quis dizer”, defendeu Hugo Motta em entrevistas ao longo da semana.

Jair Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 30 de  junho e em 31 de outubro de 2023 e ficou inelegível até 2030. A condenação se deu por abuso de poder e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha eleitoral de 2022.

Da Redação Na Rua News

Adicionar aos favoritos o Link permanente.