Mesmos erros do passado? Especialista alerta para riscos do mercado

Em entrevista ao BM&C News, Fabio Fares, especialista em análise macro, comparou o cenário atual ao de 2018, quando o mercado se animou com o crescimento do PIB americano, mas foi surpreendido pelo aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e pelas consequências da guerra comercial. Segundo ele, os mesmos desafios se repetem agora, exigindo atenção redobrada dos investidores.

O passado rima com o presente

Para Fares, o momento lembra o início de 2018, quando as expectativas de crescimento das empresas eram impulsionadas pelo otimismo com a economia global. “O mercado animado, PIB crescendo e o Fed tendo que subir juros para segurar a inflação. Já vimos esse filme antes”, disse.

Naquele ano, muitas empresas apostaram na expansão de margens e lucros, mas foram impactadas pelas tarifas comerciais e pelo aumento do custo de produção. O especialista alerta que o mesmo pode acontecer em 2025, com o risco de novas barreiras comerciais e impactos na inflação global.

Tarifas e guerra comercial no radar do mercado

Fares ressalta que as tensões comerciais podem comprometer o crescimento esperado para este ano. Ele lembra que, em 2018, as empresas absorveram o impacto das tarifas impostas durante a guerra comercial entre Estados Unidos e China, o que reduziu sua rentabilidade.

Com o retorno de Donald Trump ao cenário político americano e a possibilidade de novas barreiras tarifárias, a preocupação com um novo ciclo protecionista volta ao radar dos investidores. “Temos tarifas vindo aí, guerra comercial e tudo mais. As empresas podem sofrer novamente com pressão sobre suas margens”, explicou.

Diante desse contexto, Fares acredita que o primeiro semestre de 2025 será marcado por altos e baixos, com o mercado reagindo às decisões de política monetária e aos impactos da inflação. Para ele, será necessário esperar um pouco mais para ter uma visão clara sobre o fechamento do ano.

Não dá para se animar muito. Os primeiros 100 dias do governo americano serão desafiadores. O segundo semestre pode trazer mais visibilidade, mas até lá, teremos muitos obstáculos pela frente”, analisou.

Trump e Brasil: expectativa frustrada?

No encerramento de sua análise, Fares também comentou sobre a relação do Brasil com os Estados Unidos, afirmando que Donald Trump, não deve dar prioridade ao país. “O Trump é tão esperto que não vai dar bola para o Brasil. Vai deixar o cara morrer sozinho”, ironizou.

O alerta do especialista reforça a necessidade de cautela no mercado e a importância de acompanhar de perto os desdobramentos da política internacional. Enquanto isso, investidores seguem atentos ao comportamento das empresas e à resposta dos bancos centrais às pressões inflacionárias.

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