BNDES tem negado crédito a produtores rurais do Amazonas, entenda o motivo

O BNDES tem recusado crédito a produtores rurais do Amazonas por suspeita de desmatamento ilegal. De acordo com o banco, o estado lidera o ranking de pedidos negados no país.

Das 47 solicitações feitas por produtores do Amazonas, 6,38% apresentavam alertas ambientais, levando à negativa de 12,67% do valor total solicitado, o que equivale a quase R$ 13 milhões.

As decisões são baseadas em dados da plataforma MapBiomas, que monitora áreas desmatadas por meio de imagens de satélite.

Desde fevereiro de 2023, quando essa ferramenta foi adotada, foram emitidos 3.461 alertas e negados R$ 728 milhões em crédito rural no país, o que equivale a 0,92% dos R$ 79,5 bilhões solicitados nesse período.

São consideradas de crédito rural as operações dos programas agropecuários do Governo Federal, com juros equalizados; da linha BNDES Crédito Rural e aquelas que tenham marcação de crédito agrícola pelo Banco Central (BC).

O banco também adota regras mais rígidas que o Banco Central. Produtores com embargos ambientais ativos no Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) não podem obter financiamento, mesmo que o embargo não esteja sobre a área beneficiada pelo crédito.

Caso um embargo seja registrado após a liberação do financiamento, os recursos são suspensos e podem ser cancelados se a situação não for regularizada em até 12 meses.

No Norte do país, 2,5% das 6,6 mil solicitações de crédito tiveram alertas de desmatamento, resultando na recusa de 2,1% dos R$ 3,9 bilhões pedidos. Já no Brasil, apenas o Amapá e o Distrito Federal não registraram alertas ambientais.

“Dessa forma, evitamos que recursos públicos incentivem práticas que comprometam a preservação ambiental, ao mesmo tempo que garantimos segurança jurídica e previsibilidade para os produtores que operam dentro da legalidade”, afirmou a diretora de Crédito Digital para Micro e Pequenas Empresas do BNDES, Maria Fernanda Coelho.

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