“O Brutalista”: diretor diz que uso de IA foi mal-interpretado e que público “está sensível ao assunto”

Em conversa com a revista Variety, o diretor do filme “O Brutalista“, Brady Corbet, voltou a comentar sobre a repercussão do uso de inteligência artificial em determinados trechos do longa.

Em 20 de janeiro, nós contamos aqui como o editor de produção da obra, Dávid Jancsó, revelou ter utilizado um aplicativo para melhorar o sotaque húngaro dos protagonistas Felicity Jones e Adrien Brody (que consentiram), além de gerar desenhos de arquitetura.

“Infelizmente, há muita desinformação e informações falsas circulando, mas esse foi um trabalho incrivelmente meticuloso, feito à mão. E eu realmente entendo o porque de as pessoas estarem tão sensíveis a esse assunto, mas isso tudo que tem acontecido é um franco exagerado”, afirmou.

“A ideia de que isso diminui o desempenho de meus atores e da obra, de alguma forma, é bem boba — é como dizer que usar um dublê de corpo ou um dublê em uma sequência longa diminui o desempenho de um ator porque ele não fez a cena. Felicity e Adrien ainda tiveram que fazer todo o trabalho, e a IA só foi usada nos trechos de narração em húngaro. Não há diálogo em inglês onde usamos a tecnologia, ponto final”, disse.

Uma das obras mais fortes na corrida pelo Oscar de Melhor Filme, o longa conta a história de László Tóth, um arquiteto judeu húngaro, pioneiro na técnica do brutalismo, isto é, de deixar o cimento visível em suas obras.

Ele e a esposa, Erzsébet, migram para os Estados Unidos fugindo da crescente onda antissemitista em plena ascensão do nazismo. É aí que Tóth conhece um empresário e toda sua vida muda da água pro vinho. No trailer, disponibilizado pela produtora A24, é possível vislumbrar como esse caminho se dá.

O longa deve ter quase 4h de duração. Nos Estados Unidos, seu lançamento ocorreu em 22 de dezembro, de forma limitada. Por aqui, a estreia rola em 20 de fevereiro.

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