Negligência e superproteção: qual é o impacto no desenvolvimento das crianças?


Ambas as posturas podem ter efeitos negativos e comprometer o
desenvolvimento infantil O desenvolvimento infantil é um processo complexo, essencial para a formação dos indivíduos, tanto no âmbito físico quanto emocional. No entanto, muitas famílias, em busca de tentar proporcionar o melhor para seus filhos, podem acabar oscilando entre dois extremos: a negligência e a superproteção. Ambas as posturas, embora opostas, podem ter efeitos negativos significativos e comprometer o desenvolvimento saudável das crianças.
“Ser mãe e pai é um exercício de proximidade muito profundo, por outro lado também é uma prática de distanciamento. Esse pêndulo precisa estar sempre muito equilibrado. Isso porque o excesso de proteção pode inibir o crescimento do filho, assim como a distância demasiada não permite acompanhar o desenvolvimento da criança”, observa o diretor do Colégio Marista Londrina, Adriano Brollo.
Negligência: falta de atenção e suporte
Ser negligente é um dos fatores que mais geram prejuízos ao desenvolvimento infantil. Crianças que crescem em ambientes com falta de atenção e suporte, tendem a enfrentar maiores dificuldades na escola, além de problemas de comportamento e questões emocionais.
A ausência de um adulto que ofereça apoio emocional e oriente a criança pode resultar em uma autoestima baixa, insegurança e dificuldades de socialização. Além disso, a negligência pode causar impactos no desenvolvimento motor e cognitivo, além de maiores chances de enfrentar problemas de saúde ao longo da vida.
Superproteção: o excesso também prejudica
Na tentativa de tentar evitar que a criança experimente qualquer tipo de sofrimento ou frustração, muitos pais apelam para a superproteção. Porém, esse comportamento também pode causar prejuízos significativos para o desenvolvimento infantil, limitando a capacidade da criança de desenvolver autonomia e habilidades de resolução de problemas, por exemplo.
Pais superprotetores tendem a tomar todas as decisões pela criança, o que pode resultar em uma criança que, ao crescer, sente-se incapaz de enfrentar desafios e insegura para fazer escolhas por conta própria. “A ausência de oportunidades para lidar com frustrações e pequenas adversidades impede o desenvolvimento de resiliência, habilidade fundamental para o crescimento saudável”, ressalta o diretor.
Além disso, a superproteção pode gerar um efeito oposto ao esperado pelos pais: as crianças tendem a se tornar mais ansiosas e inseguras, pois não foram orientadas e expostas, mesmo que de forma gradual, a situações em que precisem enfrentar desafios. Portanto, o excesso de proteção pode prejudicar o desenvolvimento emocional e social saudável.
Equilíbrio é a chave

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Diante desses dois comportamentos opostos, o equilíbrio é a chave para proporcionar o desenvolvimento infantil saudável. O diretor do Colégio Marista Londrina lembra que é importante criar um ambiente de apoio e orientação, mas que possibilite à criança desenvolver a confiança básica para explorar o mundo, tomar pequenas decisões e aprender com os próprios erros. “Tudo isso irá permitir que ela vivencie as suas próprias experiências, o que é fundamental para o crescimento e o aprendizado”, observa.
Nesse sentido, o desenvolvimento integral cumpre um papel fundamental, pois cria uma base sólida onde a criança se sente segura e amada, mas ao mesmo tempo estimulada a desenvolver suas próprias habilidades. Estabelecer limites claros, combinado com a liberdade para explorar, cria o ambiente ideal para proporcionar o desenvolvimento infantil com autonomia, confiança e resiliência.
“Ou seja, pais e educadores precisam encontrar o equilíbrio entre proteger e incentivar a independência. Estar presente e disponível, evitando uma supervisão estressante, cultivando uma atenção suficiente que não sufoque ou negligencie, é o caminho para garantir que a criança cresça com autoestima, autonomia e preparada para enfrentar os desafios da vida adulta”, conclui o diretor.

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