Como agia cirurgião-dentista afastado por fazer procedimentos estéticos proibidos à profissão


Ele realizava procedimentos como lifting e lipoenxertia facial, que só podem ser feitos por profissionais da medicina, e recebeu suspensão de 30 dias após CRO e CRM receberem denúncias. Operação suspende cirurgião-dentista em Criciúma
O cirurgião-dentista suspenso após uma operação na sexta-feira (30) fazia procedimentos estéticos em desacordo com uma resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO). Tanto o Conselho Regional de Odontologia (CRO-SC) quanto o Conselho Regional de Medicina (CRM-SC) de Santa Catarina receberam denúncias contra ele.
O profissional foi suspenso por 30 dias. O nome dele não foi divulgado porque o processo ético no qual ele é investigado no CRO-SC está em sigilo. O g1 tentou contato com o cirurgião através de mensagens e ligações para a clínica, mas não obteve posicionamento.
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De acordo com o CRM-SC, o cirurgião-dentista realizava procedimentos como lifting facial e lipoenxertia facial – que consiste em retirar gordura do abdômen da paciente para colocar no rosto – que só podem ser feitos por profissionais da medicina.
A procuradora-geral do CRO-SC, Dulcianne Beckhauser, explicou que esses procedimentos são vedados a cirurgiões-dentistas pela resolução 230/2020 do CFO.
O artigo 1º inciso F veda o face lifiting. Já o artigo 3º veda a realização de procedimentos em partes do corpo que não sejam a cabeça e o pescoço.
Operação fiscaliza cirurgião-dentista em Criciúma
Reprodução/NSC TV
Outra irregularidade era que ele fazia procedimentos na clínica que deveriam ser feitos em um hospital, conforme a procuradora.
“O cirurgião-dentista pode realizar a cirurgia aberta desde que seja em um ambiente hospitalar e seja com fim terapêutico e restaurador. O que não era o caso, o que ele estava fazendo era evidentemente estético”.
O CRO-SC tem até um ano para concluir o processo ético no qual o cirurgião-dentista é investigado. Por enquanto, ele está suspenso de forma cautelar.
A procuradora-geral explicou ainda que o conselho faz, de tempos em tempos, verificações nas redes sociais dos profissionais e, dessa forma, encontrou as irregularidades contra o investigado.
Outras irregularidades
Além das questões já ditas pelo CRO-SC, foram encontrados na clínica dele anestésicos que são vendidos exclusivamente com prescrição médica.
“O crime de exercício irregular da profissão já está caracterizado pela materialidade que nós já temos. Também foram encontrados medicamentos aos quais ele não poderia ter posse porque ele não pode fazer esses procedimentos invasivos”, completou a diretora do Procon-SC, Michele Alves.
“Todas essas situações serão apuradas em procedimentos próprios em cada órgão de fiscalização”, declarou Alves.
A operação foi feita no bairro Pio Corrêa, onde fica a clínica do cirurgião-dentista.
A ação foi feita pela Comissão de Combate ao Exercício Ilegal da Medicina, criada pelo CRM-SC em colaboração com a Polícia Civil, Ministério Público, Procon e Vigilância Sanitária. A operação também teve o apoio do CRO-SC.
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