A aposta do setor farmacêutico para aumentar o faturamento

As farmácias brasileiras apostam em marcas próprias para aumentar o faturamento em 2025. “Uma marca própria hoje é garantia de lucro certo”, diz Neide Montesano, presidente da Associação Brasileira de Marcas Próprias e Terceirização (Abmapro). Segundo ela, vendas relacionadas a marcas próprias dos varejistas em geral podem representar cerca de 20% do lucro final mensal para essas companhias. E um setor tem chamado a atenção da Abmapro – o de farmácias e drogarias. A associação projeta alta de 16% no segmento farmacêutico para 2025, patamar equivalente ao do ano passado.

Na análise da Abmapro, um dos destaques nesse universo é o grupo RD Brasil, dono da Raia Drogasil, e que tem em seu portfólio cinco linhas próprias – Needs, Bwell, Natz, Nutrigood e Caretech. Em 2022, a receita da RD com elas foi 40% superior a 2021 e atingiu a barreira do R$ 1 bilhão. Em 2023, o salto foi de 30% e chegou a R$ 1,3 bilhão. Os resultados do ano passado ainda não foram divulgados – o anúncio do fechamento anual do grupo será feito no dia 25 deste mês.

O Grupo DPSP, dono da Drogaria São Paulo, também tem uma história com marca própria. Em 2018, lançou a Ever Care. Desde então, surgiram as linhas Ever Baby, Ever Nutri e Ever You. Nesse segmento, a pioneira é a Panvel, nascida no Rio Grande do Sul. Em 1989, ela lançou sua linha de produtos próprios, que hoje somam mais de 1,1 mil marcas.

CASA E CONSTRUÇÃO – Além das farmácias & drogarias,de acordo com a presidente da Abmapro, outro segmento que deve ter forte expansão de marcas próprias é o de home center. “A expectativa em 2024 foi fechar com alta de 10%.” Gigantes desse tipo de varejo impulsionam os números, de acordo com Neide. Ela citou a Leroy Merlin, que trabalha com 15 linhas de marcas exclusivas. “Eles têm hoje marcas próprias em praticamente quase todas as categorias.”

O principal motivo para a expansão das marcas próprias no país, na análise da Abmapro, é imagem que o consumidor vê de custo-benefício. “Isso acaba por fidelizar o cliente.” Segundo a entidade, a economia com os preços pode chegar a 25%. Ela também destacou que o setor é resiliente em momentos de crise justamente porque apresenta preços competitivos.

EUA – Nos Estados Unidos, empresas farmacêuticas que dominam o varejo têm marcas próprias. Estudo de 2024 da Numerator – companhia de dados e tecnologia para pesquisas de mercado – mapeou o mercado americano. Segundo o relatório, produtos de marca própria de dez categorias* têm penetração entre 53% (caso do segmento de eletrônicos) e 99% (alimentos e saúde & beleza) nas compras domésticas dos últimos 12 meses. Entre os dez setores, o que tem menor share de marcas próprias em seu mercado de atuação é o de eletrônicos (10,6%). Na ponta oposta está o setor de materiais de escritórios (37,8%). Como no Brasil, produtos de marcas próprias remetem a uma boa relação custo-benefício. Para 42%, a escolha por marcas próprias se dá pela economia em relação a outros produtos e 59% afirmam que marcas próprias agregam valor acima da média pelo seu preço.

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