Petrobras (PETR4) aumenta diesel e ICMS sobe: como isso afeta seu bolso?

Petrobras (PETR4) aumenta diesel e ICMS sobe: como isso afeta seu bolso?

A Petrobras anunciou um novo reajuste no preço do diesel, elevando o valor em R$ 0,22 por litro para os distribuidores a partir deste sábado (1º). O aumento representa uma alta de 6,29%, fazendo com que o preço médio chegue a R$ 3,72 por litro. O reajuste ocorre no mesmo momento em que a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) também entra em vigor, pressionando ainda mais o custo dos combustíveis no país.

Novo preço do diesel e impacto nos consumidores

Com a nova alta, a parcela da Petrobras na composição do preço do diesel vendido nos postos (considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel) passará a ser de R$ 3,20 por litro. Isso representa um acréscimo de R$ 0,19 para cada litro de diesel B consumido pelos motoristas.

Esse é o primeiro reajuste no preço do diesel desde outubro de 2023. A Petrobras destaca que, desde dezembro de 2022, reduziu o preço do diesel em R$ 0,77 por litro, o que equivale a 17,1% de queda. No entanto, quando ajustado à inflação do período, essa redução seria ainda maior, chegando a R$ 1,20 por litro ou 24,5%.

ICMS sobre combustíveis também sobe

Paralelamente ao aumento da Petrobras, também entra em vigor a nova alíquota do ICMS sobre combustíveis, definida pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). Os novos valores são:

  • Gasolina e etanol: acréscimo de R$ 0,10 por litro, passando a R$ 1,47;
  • Diesel e biodiesel: aumento de R$ 0,06 por litro, chegando a R$ 1,12.

Especialistas apontam que a medida tem um forte caráter arrecadatório, visando corrigir a defasagem dos valores quando comparados a preços internacionais. Segundo Hélder Santos, especialista em gestão tributária da Fipecafi, “o ajuste busca equilibrar a carga tributária dos estados, mas pode gerar impacto direto no consumidor final”.

Lula nega autorização e cita decisão dos estados

O reajuste nos combustíveis gerou repercussão política, levando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a se manifestar sobre o assunto. Lula negou ter autorizado o aumento e afirmou que a decisão cabe exclusivamente à Petrobras.

“Eu não autorizei o aumento do diesel. Desde o meu primeiro mandato, eu aprendi que quem autoriza o reajuste é a Petrobras e não o presidente da República”, disse Lula em entrevista no Palácio do Planalto.

O presidente também citou que os estados são os responsáveis pela alta no ICMS, lembrando que o reajuste foi aprovado no final de 2024 pelo Confaz.

Caminhoneiros reagem ao aumento

A categoria dos caminhoneiros já demonstra preocupação com a alta dos combustíveis. Lideranças do setor planejam uma reunião no dia 8 de fevereiro, em Santos (SP), para discutir possíveis medidas contra os reajustes.

O governo, no entanto, minimizou as preocupações. Lula declarou que não teme paralisações e que, caso haja mobilizações, estará disposto a negociar. “Vamos conversar com os caminhoneiros, assim como fazemos com qualquer setor que tenha demandas”, afirmou.

O economista Adriano Pires, fundador do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), apontou que os combustíveis ainda estão defasados em relação ao mercado internacional. Segundo ele, a gasolina apresenta uma defasagem de 7,54%, enquanto o diesel está 15,15% abaixo dos preços globais.

Com isso, analistas acreditam que novos ajustes podem ocorrer nos próximos meses, caso o cenário internacional siga pressionando os custos da Petrobras.


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