Juros reais: Brasil vence a corrida, mas o prêmio é amargo

O Brasil assumiu a liderança do Ranking Mundial de Juros Reais, segundo a atualização mais recente do relatório da MoneYou, divulgado em 31 de janeiro de 2025. Com uma taxa real de 9,18% ao ano, o país superou a Rússia (8,91%) e a Argentina (6,14%), consolidando-se no topo da lista de 40 economias analisadas.

A atualização ocorre após o Banco Central da Argentina reduzir nesta quinta-feira (30), sua taxa básica de juros de 32% para 29%, em meio a expectativas de inflação menor.

Já no Brasil a última elevação dos juros foi impulsionada por uma combinação de fatores, incluindo pressões fiscais, a insistência arrecadatória do governo e a sinalização de um pacote considerado insuficiente para o controle de gastos. Além disso, os núcleos da inflação continuam pressionados, e a recente valorização do real desde a última reunião do Copom aliviou parte das pressões cambiais.

O Federal Reserve também contribuiu para esse cenário ao manter uma postura mais rígida, sustentando um dólar forte em resposta às políticas econômicas expansionistas e protecionistas do governo Trump. Isso limitou a possibilidade de uma redução mais agressiva dos juros no Brasil e em outras economias emergentes.

Juros reais e nominais: Brasil em 1º taxa real, mas ocupa a 4ª posição no nominal

O levantamento da MoneYou calcula os juros reais com base na equação de Fischer, que considera a taxa de juros nominal descontada pela inflação esperada para os próximos 12 meses. No caso do Brasil, o juro real foi estimado a partir da taxa DI de mercado para os próximos 12 meses (vencimento Jan/26), combinada com a projeção de inflação do Boletim Focus do Banco Central, de 5,50%.

Já no ranking de juros nominais, o Brasil ocupa a 4ª colocação, com uma taxa de 13,25% ao ano, atrás de Turquia (45,00%), Argentina (29,00%) e Rússia (21,00%).

Veja os 20 primeiros do ranking do juros reais

Veja os 20 primeiros do ranking do juros nominais

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