Editorial: Espera angustiante

A próxima terça-feira será decisiva para o que vai acontecer nos próximos quatro anos. Pela primeira vez na história democrática republicana recente, Laguna iniciou um ano com uma turbulência em um dos poderes políticos. No dia que seria marcado pelo retorno oficial dos trabalhos da 20ª legislatura municipal, o foco não será a sessão da Câmara de Vereadores; mas, sim, a sessão da Câmara de Direito Público, um órgão colegiado do Tribunal de Justiça.

Será do julgamento dos desembargadores em Florianópolis que virá a luz que o município aguarda em uma espera angustiante. Se nada mudar no roteiro e dada a urgência que o assunto possui, sairá de lá a decisão se os representantes do povo, enfim, poderão realizar a eleição da Mesa Diretora ou regularizar o regimento – propalado como inconstitucional por um grupo de edis.

O mês de janeiro foi marcado por uma troca de liminares e reversões de decisões que mudaram mais rápido que o clima. O turbilhão de informações e modificações no decorrer das últimas semanas ajudou a dar um cenário ainda mais tenso para a Câmara de Vereadores. Ora elege-se um presidente; ora assume um interino. Ora nomeiam-se assessores; ora exoneram-se todos. Não se sabe o dia de amanhã.

A indefinição não prejudica somente a imagem do Poder Legislativo, mas atrasa o próprio desenvolvimento da cidade, que assiste angustiada ao desenrolar dessa história. Inerte, a Câmara só trabalha de modo administrativo e receptivo; na prática, não pode desempenhar seu papel como legisladora, enquanto não houver a formação de uma Mesa eleita.

Por isso, Laguna espera do Poder Judiciário o protagonismo necessário para finalizar esse capítulo e permitir a escrita da história cotidiana como deve ser: com legalidade, legitimidade e, sobretudo, clareza.

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