PF aponta novo elo entre advogado de Bolsonaro e desvio de joias da União; Wajngarten nega

PF aponta novo elo entre advogado de Bolsonaro e desvio de joias da UniãoRedação GPS

A Polícia Federal encontrou novos indícios que ligam Fábio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação e advogado de Jair Bolsonaro (PL, ao esquema de venda ilegal de joias pertencentes ao acervo público da União.

Em relatório encaminhado nesta segunda-feira (27) ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a corporação aponta que Wajngarten teria sido designado pelo ex-presidente para transportar, de maneira oculta, o chamado “Kit Ouro Rose”.

O documento elaborado pelo delegado Fábio Shor destaca a existência de uma procuração assinada por Bolsonaro em favor de Wajngarten. O material foi localizado no celular de Marcelo Câmara, ex-assessor especial do ex-presidente, que também foi indiciado na investigação.

A PF afirma que a imagem da procuração foi capturada dois dias antes de Wajngarten viajar para os Estados Unidos, em março de 2023.

Segundo os investigadores, o aliado do ex-presidente teve participação ativa na tentativa de recuperar e ocultar as joias, além de dificultar o rastreamento dos valores obtidos com a venda dos itens desviados.

“Fábio Wajngarten aderiu ao esquema criminoso, praticando atos executórios, dentro da divisão de tarefas estabelecidas pelos investigados, para recuperar as joias do denominado ‘Kit Ouro Rose’, com a finalidade de trazê-las para o Brasil, ocultando a localização e movimentação das joias, assim como, escamotear os proventos auferidos por Jair Bolsonaro com a negociação dos demais itens desviados do acervo público”, destaca o documento.

O relatório da PF também evidencia a estratégia utilizada pelo grupo para dificultar a rastreabilidade dos bens.

“A estratégia articulada pelos investigados era garantir que a versão falsa narrada aos órgãos de imprensa e, posteriormente, à própria Polícia Federal, de que as joias estavam armazenadas na Fazenda Piquet, junto com os demais itens do acervo privado de Jair Bolsonaro, permanecesse hígida. Desta forma, precisavam trazer, de forma oculta, as joias para Brasília/DF, simulando uma entrega a partir da Fazenda Piquet”, aponta um trecho do relatório.

A investigação tem como base o depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, colhido em abril de 2023.

Os agentes apuram se o ex-presidente e seus aliados tentaram ilegalmente trazer ao Brasil presentes ofertados à União. A PF alega que os itens teriam sido destinados ao acervo pessoal de Bolsonaro em vez de integrarem o patrimônio público.

De acordo com as autoridades, as joias eram avaliadas por especialistas em leilões e, após a venda, os valores arrecadados eram repassados a Mauro Cid, que, por sua vez, fazia a entrega dos valores em espécie ao ex-presidente. O esquema teria movimentado cerca de R$ 6,8 milhões (US$ 1.227.725,12), com 12 pessoas já indiciadas no caso.

O Tribunal de Contas da União (TCU) sustenta que os bens deveriam ter sido incorporados ao acervo da Presidência da República, e não comercializados no exterior.

Como é de conhecimento de todos exceto de 3 ou 4 da Nobre Polícia Federal, tomei conhecimento do tema dos presentes quando da reportagem do Estadão numa 6feira 3/3/23. Atuei como gestor de crise de imprensa e como advogado ao lado de outros colegas que tomaram conhecimento dos…

— Fabio Wajngarten (@fabiowoficial) January 27, 2025

 

Wajngarten nega

Por meio das redes sociais, Fábio Wajngarten negou envolvimento em qualquer atividade ilegal e afirmou que sua atuação se limitou à gestão de crise de imprensa e à assessoria jurídica do ex-presidente.

“Em nenhuma hipótese há qualquer envolvimento de minha parte além do assessoramento técnico que desde o primeiro momento foi de depositar tudo junto ao TCU cumprindo à determinação da época, bem como responder às questões de mídia e comunicação. A espetacularização de atos formais e naturais nada mais é do que atestar a inocência de todos os envolvidos diante da tentativa vazia de buscar culpados onde sequer existam ilegalidades”, declarou Wajngarten.

 

The post PF aponta novo elo entre advogado de Bolsonaro e desvio de joias da União; Wajngarten nega first appeared on GPS Brasília – Portal de Notícias do DF.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.