Desafios do Brasil em 2025: superávit comercial e pressão fiscal

Desafios do Brasil em 2025: superávit comercial e pressão fiscal

O Brasil inicia 2025 enfrentando um cenário econômico repleto de desafios. Apesar do superávit comercial de US$ 76 bilhões registrado em 2024, a economia do país segue pressionada pela saída de capitais e por incertezas fiscais que impactam diretamente o mercado cambial.

Superávit comercial em queda

Em 2024, o superávit comercial brasileiro alcançou cerca de US$ 76 bilhões, uma redução de 23% em relação ao ano anterior. Apesar do número expressivo, a saída de capitais para mercados como os Estados Unidos foi significativa, evidenciando a atratividade de economias com maior estabilidade.

Segundo economistas, essa dinâmica reforça a necessidade de políticas robustas que reduzam o impacto de fluxos de capital desfavoráveis. “Essa saída de recursos é reflexo da busca por mercados mais estáveis e competitivos”, explicou Rogerio Benevente, especialista em investimentos do BTG Pactual.

O Banco Central, para conter os efeitos da saída de capitais, realizou intervenções de cerca de US$ 28 bilhões em dezembro de 2024. Essa medida, embora necessária, influenciou diretamente o início de 2025, com impactos perceptíveis no mercado cambial e nas transações comerciais.

De acordo com economistas, o diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos continua atrativo, mas não suficiente para reverter o cenário atual. “A economia americana segue aquecida, com taxas de crescimento acima do potencial, o que continua a atrair investidores estrangeiros”, destacou Benevente.

Ameaças fiscais e perspectivas para o câmbio

A deterioração fiscal do Brasil permanece como uma das maiores preocupações. O pacote fiscal anunciado no final de 2024 foi amplamente criticado por sua insuficiência. “O pacote não aborda questões estruturais e não é suficiente para estabilizar a dívida pública no longo prazo”, disse o especialista.

Projeções de mercado indicam que o câmbio pode variar entre R$ 6 e R$ 7 em 2025, refletindo a incerteza e a falta de uma agenda fiscal clara. Especialistas alertam para a necessidade de uma articulação eficaz entre o governo, o Congresso e a sociedade para implementar reformas estruturais que reduzam os riscos fiscais.

Concorrência com os Estados Unidos e setores Estratégicos

A economia americana continua a liderar o cenário global. Empresas listadas nos Estados Unidos têm apresentado resultados acima das expectativas do mercado, o que aumenta a atratividade desse mercado para investidores.

Além disso, o recente anúncio de um plano de US$ 500 bilhões para projetos de inteligência artificial reforça o apelo dos Estados Unidos em áreas tecnológicas, deixando economias emergentes como o Brasil em desvantagem. “Nosso mercado continua dependente de bancos e commodities, enquanto os Estados Unidos avançam em setores inovadores”, comentou Benevente.

Se as medidas necessárias não forem tomadas, a desvalorizacão do real pode gerar pressões inflacionárias e exigir taxas de juros ainda mais altas. “Qualquer melhoria, mesmo que marginal, é essencial para evitar uma crise inflacionária e os impactos negativos no crescimento econômico”, finalizou o especialista em investimentos do BTG Pactual.

O post Desafios do Brasil em 2025: superávit comercial e pressão fiscal apareceu primeiro em BMC NEWS.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.