Opinião: “picanha, a vilã do governo”

Em sua campanha eleitoral, o presidente Lula ganhou muitos memes ao prometer que, em seu governo, o povo brasileiro voltaria a comer picanha. No entanto, ele não contava com uma série de situações que desfavoreceriam essa promessa, como, por exemplo, as catástrofes naturais – queimadas e enchentes no Sul, uma região importante na produção de carne bovina –, que geraram escassez e, consequentemente, aumentaram o preço do produto.

Outro fator que contribuiu para a alta dos preços é a atuação das grandes empresas produtoras de proteína animal. Com o dólar mais valorizado, essas empresas optam por exportar seus produtos, onde o lucro é maior, em vez de atender prioritariamente ao mercado interno. Isso reduz a oferta de carne no Brasil e eleva ainda mais o preço da “queridinha do governo Lula”. Apenas no último mês, o preço da carne subiu 21%, acompanhado pela alta de 19% no café e 29% no óleo de cozinha.

O governo não parece ter condições de criar uma estratégia eficaz para conter esses custos, já que a principal preocupação é evitar novos gastos, o que torna ainda mais desafiador alcançar a meta fiscal. A cada nova situação, a resposta do governo parece ser sempre gastar mais, dificultando um horizonte fiscal positivo.

Com esses preços, não seria surpresa ver carne sendo transportada em carros-fortes e açougues instalando portas giratórias com detectores de metal, pois a picanha já virou, literalmente, um artigo de luxo.

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