John Lennon: a história da icônica foto com Yoko Ono, tirada no dia do assassinato do cantor

Poucas fotografias na história da música são tão emblemáticas quanto a de John Lennon, sem roupa, abraçando a esposa Yoko Ono completamente vestida.

Além de toda a simbologia da imagem, o registro se tornou ainda mais histórico por ter sido feito no dia da morte do ex-Beatles, apenas cinco horas antes de o músico ser assassinado na porta de sua casa, em Nova York.

Tirada por Annie Leibovitz em 8 de dezembro de 1980, a foto estampou a capa de uma edição especial da revista Rolling Stone lançada em janeiro de 1981, e a entrevista que acompanharia a imagem só foi divulgada em 2010, revelando as reflexões finais do cantor sobre a música, a arte e o amor.

Nesta matéria especial, vamos relembrar a história por trás da foto que se tornou um símbolo da relação entre Lennon e Yoko, mas também carrega o peso trágico do destino que se desenrolou horas após o clique.

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A ideia por trás da pose de John Lennon e Yoko Ono para a foto

Em 1980, John Lennon se preparava para uma nova fase de sua carreira solo após cinco anos de hiato. Ele e Yoko Ono estavam divulgando o álbum colaborativo Double Fantasy, lançado em novembro, com uma bateria de entrevistas.

A Rolling Stone enviou a renomada fotógrafa Annie Leibovitz até o apartamento do casal para fazer uma foto que estamparia a capa da revista. Doze anos antes, John e Yoko já tinham posado sem roupa para a capa do disco Two Virgins (1968), então a ideia de Annie era novamente registrar a pureza da intimidade dos dois.

Outro detalhe importante para a fotógrafa era o beijo que estampava a capa de Double Fantasy, como ela mesma explicou em uma conferência em 2013.

Só que, naquela tarde, Yoko não se sentiu à vontade para ficar nua. E assim nasceu a imagem icônica em que apenas John aparece sem roupa, enroscado no corpo da esposa, toda vestida de preto (via El País):

“Eu tinha visto a capa [de Double Fantasy] na qual eles estavam se beijando, e fiquei muito comovida com esse beijo. Era muito mais do que uma simples foto de um beijo. Então, para a foto que eu queria tirar, imaginei os dois juntos de alguma forma.

Não foi difícil imaginá-los sem roupa, porque eles tiravam sempre. Mas o que aconteceu foi que, no último momento, Yoko Ono não quis tirar a roupa. Então seguimos em frente assim mesmo, e pra mim é uma imagem muito forte ver Yoko vestida junto a Lennon nu”.

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Lendário músico dos Beatles foi assassinado horas depois

Curiosamente, Annie Leibovitz fez a sessão de fotos em uma câmera Polaroid, então John e Yoko puderam ver o resultado imediatamente. Segundo a fotógrafa, ao olhar o registro, Lennon teria dito, satisfeito: “é assim, essa é a nossa relação”.

O que ninguém poderia imaginar é que aquela seria a última sessão de fotos do ex-Beatle. Apenas cinco horas depois, quando voltava para casa após outra entrevista, John Lennon foi assassinado na porta de casa por Mark David Chapman, um fã perturbado.

Assim, aquela fotografia histórica ganhou um significado ainda mais profundo: não era apenas uma imagem de amor, mas do fim de uma era. A chocante, prematura e violenta perda de um dos maiores artistas do século 20.

A Rolling Stone levou cerca de dois meses para divulgar a foto. Quando o fez, quebrou o protocolo e removeu todas as manchetes e chamadas adicionais, deixando apenas o logo da revista e a icônica imagem, pra que ela falasse por si mesma.

Quem é Annie Leibovitz, autora da foto histórica de John Lennon?

A autora desse registro histórico, Annie Leibovitz, é considerada atualmente a fotógrafa mais bem paga do mundo. Depois da Rolling Stone, ela trabalhou em outras publicações importantes como Vogue e Vanity Fair.

Durante a carreira, ela clicou ícones da música, do cinema, da política e do esporte. Só pra citar alguns: Michael Jackson, Fleetwood Mac, Bill Gates, a rainha Elizabeth II, LeBron James, Serena Williams, Demi Moore e a nossa Sonia Braga.

Hoje com 75 anos de idade, Annie já lançou mais de dez livros de coletâneas de suas fotografias e tem o título de “Lenda Viva” concedido pela Livraria do Congresso dos EUA. Ela também foi a primeira mulher a ganhar uma exposição principal na Galeria de Retratos de Washington.

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