Mercado de capitais brasileiro fecha 2024 com recorde histórico

O mercado de capitais no Brasil teve um desempenho histórico em 2024, marcando um novo recorde de emissões ao longo do ano. Segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), dezembro de 2024 concentrou R$ 99,4 bilhões em ofertas, o maior volume mensal já registrado desde o início da série histórica, em 2012.

Esse resultado elevou o total captado no ano para R$ 783,4 bilhões, consolidando 2024 como o melhor ano para o mercado de capitais brasileiro. O destaque ficou com a renda fixa, que respondeu por R$ 709,2 bilhões do total captado, reafirmando seu papel como principal motor do setor.

Renda fixa lidera com debêntures e FIDCs

O crescimento expressivo das debêntures foi um dos principais fatores para o sucesso de 2024. Com um volume total de R$ 473,66 bilhões, as debêntures mais do que dobraram o desempenho de 2023, consolidando-se como a ferramenta preferida para captação de recursos pelas empresas. As debêntures incentivadas, que oferecem isenção de Imposto de Renda, representaram 29% desse total, impulsionadas por restrições do Conselho Monetário Nacional a outros títulos isentos, como CRIs e CRAs.

Os Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) também se destacaram, captando R$ 81,41 bilhões, um crescimento impressionante de 86,1% em relação ao ano anterior. Além disso, lideraram o número de operações no mercado, totalizando 918 emissões. Apesar disso, o volume médio por operação ainda foi inferior ao das debêntures: R$ 88,69 milhões contra R$ 757,86 milhões.

Renda variável enfrenta mais um ano difícil

Em contrapartida ao sucesso da renda fixa, o mercado de renda variável teve um desempenho fraco em 2024. O volume captado por essa classe de ativos foi de apenas R$ 25 bilhões, provenientes de nove follow-ons realizados ao longo do ano. Esse cenário reflete as condições desafiadoras para novos IPOs e outras operações de mercado em um ambiente econômico de maior cautela e preferência por ativos menos voláteis.

O que esperar para 2025?

Com a consolidação da renda fixa como protagonista e o avanço de instrumentos como debêntures e FIDCs, o mercado de capitais brasileiro parece bem posicionado para manter o ritmo de crescimento em 2025. Analistas apontam que a continuidade de incentivos fiscais e o fortalecimento de regulações para estimular investimentos em renda fixa serão essenciais para sustentar o desempenho do setor.

Por outro lado, há uma expectativa de retomada mais robusta para a renda variável, especialmente em um cenário de maior estabilidade econômica e avanços nas reformas estruturais.

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