Trump promete operação contra imigrantes e acaba com cidadania por nascimento; entenda

Com a promessa de um futuro grandioso para o país, Donald Trump anunciou as primeiras medidas em seu discurso de posse como o 47º presidente dos Estados Unidos nessa segunda-feira (20). Um dos primeiros assuntos citados por ele, foi sobre a expulsão de imigrantes, quando anunciou a emergência nacional na fronteira com o México e prometeu o envio das forças armadas à região para impedir qualquer entrada ilegal.

“Toda entrada ilegal será imediatamente barrada, e começaremos o processo de retorno de milhões e milhões de estrangeiros criminosos aos lugares de onde vieram”, anunciou ele.

Trump também colocou em prática outra medida de seu primeiro mandato, o “Remain in Mexico” (“Fique no México”), na qual imigrantes que pedem asilo precisam aguardar a aprovação de seu pedido em território mexicano. Outra ação executiva para tentar acabar com a cidadania por direito de nascença, uma questão constitucional que precisaria ser abordada por meio de emenda constitucional ou pelos tribunais, também foi tomada.

“Direito de nascença. Essa é uma grande questão”, disse ele.

Algumas das ações de Trump representaram negócios inacabados de seu primeiro mandato na Casa Branca. Isso inclui a designação de cartéis de drogas como organizações terroristas estrangeiras, uma distinção que poderia preceder o uso de força militar em solo mexicano.

“O México provavelmente não quer isso, mas temos que fazer o que é certo”, disse Trump nessa segunda-feira (20) à noite.

Fim da cidadania por nascimento

Outra mudança no novo governo de Trump, foi instruiu as agências governamentais dos EUA a não emitirem mais documentação de cidadania para bebês nascidos nos Estados Unidos de pais que não estejam em situação legal no país. As informações são do jornal Washington Post.

A ordem de Trump busca reinterpretar a 14ª Emenda da Constituição, que concede cidadania a todas as pessoas nascidas em solo americano, uma mudança que os juristas dizem ser ilegal e será rapidamente contestada nos tribunais.

A medida cumpre um objetivo defendido por grupos conservadores, que dizem que muitos migrantes ilegais estão cruzando a fronteira para ter seus filhos nos Estados Unidos. A decisão impediria o Departamento de Estado de emitir passaportes e orientaria a Administração da Previdência Social a não reconhecer mais os bebês como cidadãos dos EUA. A ordem de Trump entrará em vigor nos próximos 30 dias.

Segundo um dirigente do novo governo citado pela imprensa local, a gestão Trump “não reconhecerá mais automaticamente a cidadania por direito de nascimento a filhos de imigrantes clandestinos”.

Nos EUA, está em vigor o princípio conhecido como “jus soli” (“direito de solo”), que reconhece a cidadania americana para todas as pessoas nascidas no país e que estejam sujeitas à sua jurisdição.

Quantas pessoas seriam impactadas?

Conforme uma pesquisa da Pew Research, cerca de 250 mil bebês nasceram de pais imigrantes não autorizados nos Estados Unidos em 2016, representando uma redução de 36% em relação ao pico de 2007. Em 2022, o último ano em que os dados estão disponíveis, há 1,2 milhão de cidadãos americanos nascidos de pais imigrantes não autorizados, descobriu a Pew.

Mas como essas crianças também têm filhos, o efeito cumulativo do fim da cidadania por direito de nascença aumentaria o número de imigrantes não autorizados no país para 4,7 milhões em 2050, afirma o think tank Migration Policy Institute.

Em uma entrevista para a rede NBC, Trump disse que achava que os filhos de imigrantes não autorizados deveriam ser deportados junto com seus pais — mesmo que tivessem nascido nos EUA.

“Não quero separar famílias”, disse Trump em dezembro passado. “Então, a única maneira de não separar a família é mantê-los juntos e mandá-los todos de volta.”

Da Redação Na Rua News

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