Itaú projeta Selic a 15,75% em 2025 e descarta cortes até 2026

Selic

O Itaú Unibanco revisou sua previsão para a taxa Selic ao final de 2025, elevando-a de 15% para 15,75%, e não espera cortes nos juros até pelo menos 2026. A revisão foi motivada pela piora nas expectativas de inflação e pela depreciação do real nas últimas semanas, conforme destacou o economista-chefe do banco, Mário Mesquita.

“Real mais depreciado e expectativas desancoradas indicam a necessidade de avançar ainda mais em território contracionista”, afirmou Mesquita em nota. Ele também alertou que, caso haja nova rodada de desvalorização cambial ou maior deterioração das expectativas, o ciclo de alta pode ser ampliado, e os cortes previstos para 2026, adiados.

Banco Central sinaliza mais aumentos para 2024

Em dezembro de 2024, o Banco Central elevou a taxa Selic em 1 ponto percentual, para 12,25% ao ano, e indicou que realizará mais dois aumentos de mesma magnitude nas primeiras reuniões de 2025. Isso levaria a taxa para 14,25% até março. Segundo o Itaú, o cenário inclui ainda outras duas altas de 0,75 ponto percentual em maio e junho, que podem elevar a Selic a 15,75%.

Inflação e dólar preocupam mercado

As expectativas de inflação do mercado também apresentaram piora. Na última pesquisa Focus, analistas projetaram que o índice IPCA atingirá 5,08% em 2025 e 4,1% em 2026. Antes da última decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), os números eram de 4,59% e 4%, respectivamente. Além disso, o dólar alcançou a máxima histórica de R$ 6,2679 em dezembro, pressionando ainda mais os indicadores macroeconômicos. Apesar de algum recuo desde então, o cenário cambial segue como fator de preocupação.

Projeções de crescimento do PIB

Para o Produto Interno Bruto (PIB), o Itaú manteve a previsão de crescimento de 2,2% para 2025. Contudo, reduziu a estimativa para 2026 de 2% para 1,5%, citando o impacto defasado da política monetária. “O efeito defasado tende a ser mais pronunciado em 2026, especialmente em um ano eleitoral com incertezas sobre a reação de políticas fiscal e parafiscal”, indicou o banco.

Inflação acima da meta do Banco Central

O Itaú também elevou sua estimativa de inflação para 2025 de 5% para 5,8%, enquanto para 2026 a projeção subiu de 4,3% para 4,5%. Ambas as previsões estão acima do centro da meta do Banco Central, de 3%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Esses ajustes refletem um cenário de maior cautela por parte dos agentes financeiros, que veem desafios crescentes na condução da política monetária em um contexto de desancoragem das expectativas e pressões inflacionárias persistentes.


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