Serviços no Brasil recuam 0,9% em novembro e surpreendem negativamente o mercado

O volume de serviços prestados no Brasil apresentou uma queda de 0,9% em novembro em relação a outubro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Serviços divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado veio abaixo das estimativas do mercado, que projetavam um recuo mediano de 0,5%, com previsões variando entre -1,6% e +0,9%.

Segundo análise de Maykon Douglas, economista, com a queda nos serviços e após as baixas em indústria e varejo, o mês de novembro foi ruim para a atividade agregada. “Isto vem em linha com o cenário de desaceleração que se desenhou na reta final do ano. A alta nos serviços às famílias é um ponto positivo para o tracking do PIB, mas foi menor do que se esperava”, explica.

Na comparação com novembro de 2023, o setor registrou um crescimento de 2,9%, já descontados os efeitos da inflação. Apesar do avanço anual, o resultado também ficou aquém das expectativas, que apontavam uma alta mediana de 3,3%, com variações entre 2,6% e 5,0%.

Setor de serviços enfrenta volatilidade em 2024

No acumulado de 2024, o volume de serviços apresenta alta de 3,2% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, o crescimento acumulado foi de 2,9%, refletindo um desempenho positivo, embora moderado, para um dos setores mais relevantes da economia brasileira.

A receita bruta nominal do setor de serviços subiu 0,1% em novembro frente a outubro. No entanto, ao comparar com novembro de 2023, o avanço foi mais expressivo, registrando uma alta de 6,6%. Esses números indicam que, embora o volume de serviços esteja apresentando oscilações, a receita nominal segue uma trajetória de crescimento mais consistente.

Revisão dos dados reforça instabilidade

É importante destacar que o IBGE revisou o resultado do indicador de outubro, elevando a alta de 1,1% para 1,4%. Essas revisões mostram a dinâmica e a complexidade do setor, que tem enfrentado desafios diante das condições macroeconômicas e das demandas do mercado.

“O que vimos em novembro foi uma moderação e não uma reversão; para os serviços, vale lembrar o pico histórico em novembro. O hiato do PIB segue positivo e isto demandará ainda mais cautela da política monetária ao longo do ano”, avalia Maykon Douglas, economista.

Os resultados abaixo das expectativas para novembro reforçam a necessidade de monitoramento atento do setor de serviços, que é responsável por uma parcela significativa do PIB brasileiro. Com o início de 2024, analistas apontam que fatores como inflação, juros elevados e incertezas no cenário global continuarão impactando o desempenho do setor.


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