Lula sobre mudanças da Meta: “Não pode um cidadão achar que tem soberania sobre uma nação”

Presidente Lula Reprodução/Canal Gov

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou as recentes alterações anunciadas pela Meta, empresa dona das plataformas Facebook e Instagram, no que diz respeito à moderação de conteúdos digitais. As mudanças, reveladas por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, têm gerado polêmica, especialmente em relação ao impacto sobre a responsabilidade das redes sociais no tratamento de informações falsas,

Em entrevista a jornalistas quinta-feira (9), o presidente afirmou que as soberanias nacionais precisam ser respeitadas, fazendo uma crítica direta às ações que ele considera uma violação dessa soberania. “Nós queremos, na verdade, é que cada país tenha a sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação”, destacou.

Lula também aproveitou a oportunidade para anunciar que, ainda nesta quinta, se reunirá com sua equipe para avaliar o impacto dessas mudanças e discutir medidas que podem ser tomadas. “Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha a mesma responsabilidade de um cara que comete um crime na imprensa escrita”, completou o presidente.

Esses comentários de Lula ocorreram enquanto ele visitava o Palácio do Planalto, onde conferia a galeria de presidentes e as obras recuperadas após os ataques aos prédios dos Três Poderes no dia 8 de janeiro de 2023.

A Meta, por sua vez, anunciou que a partir de agora encerrará seu programa de verificação de fatos, começando pelos Estados Unidos. Em lugar dessa verificação profissional, a empresa passará a implementar um sistema de “notas de comunidade”, semelhante ao utilizado pelo X, plataforma de Elon Musk, onde os próprios usuários poderão corrigir postagens.

Em um vídeo divulgado no Instagram, Zuckerberg alegou que os verificadores de fatos “têm sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”. O CEO ainda reconheceu que, com o fim da verificação por terceiros, a Meta perceberá “menos coisas ruins”, mas também diminuirá a quantidade de conteúdos de usuários “inocentes” que anteriormente eram removidos da plataforma.

Zuckerberg também sugeriu que tribunais secretos na América Latina estariam ordenando a remoção silenciosa de conteúdos nas redes sociais, o que foi visto por membros do governo de Lula como uma indireta ao Supremo Tribunal Federal (STF), especialmente após recentes tensões envolvendo o proprietário do X.

Mudanças da Meta

  • Fim do programa de verificação de fatos com parceiros externos e a equipe interna de moderação.
  • Filtros de verificação agora se concentrarão apenas em violações legais graves, deixando de lado outros tipos de conteúdo menos graves.
  • Conteúdos menos relevantes serão revisados com base em denúncias feitas pelos próprios usuários.
  • Usuários poderão adicionar correções a posts, similar ao sistema de “notas da comunidade” do X.
  • Instagram e Facebook deverão passar a recomendar mais conteúdo político.
  • A centralização da equipe de “confiança, segurança e moderação de conteúdo” será transferida do estado da Califórnia para o Texas.
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