Ibovespa ignora perdas de NY e sustenta alta aos 132 mil pontos com Braskem (BRKM5); dólar sobe a R$ 5,73

O Ibovespa (IBOV) estendeu os ganhos da véspera e sustentou os 132 mil pontos pela segunda sessão consecutiva, na contramão dos índices de Wall Street.

Nesta quarta-feira (26), o principal índice da bolsa brasileira fechou com avanço de 0,34%, aos 132.519,63 pontos.

Já o dólar à vista (USBRL) encerrou as negociações a R$ 5,7328, com alta de 0,41%.

No cenário doméstico, o mercado reagiu aos dados de conta corrente e Investimento Direto no País (IDP) de fevereiro. No mês, o país teve saldo negativo em transações correntes de US$ 8,758 bilhões, de rombo de US$ 3,903 bilhões no mesmo período do ano anterior, com o déficit acumulado em 12 meses totalizando o equivalente a 3,28% do Produto Interno Bruto (PIB).

Na avaliação do Itaú BBA,  o déficit em conta corrente piorou na margem em fevereiro, reflexo de um saldo negativo da balança comercial, algo que não ocorria desde janeiro de 2022.

“À frente, projetamos déficits em conta corrente mais moderados, alinhados a uma esperada recuperação da balança comercial, com safra recorde e expectativa de desaceleração na atividade doméstica”, afirma Júlia Marasca, economista do banco.

Altas e quedas no Ibovespa 

A ponta positiva do Ibovespa foi liderada por Braskem (BKRM5). Os papéis ganharam força com um novo rumor sobre a venda da fatia da Novonor na petroquímica.

Segundo o Valor Econômico, os cinco bancos credores da Novonor – Itaú, Bradesco, Santander, Banco do Brasil e BNDES – decidiram executar as ações da Braskem dadas como garantia por dívidas de cerca de R$ 15 bilhões.

No início da tarde, a Petrobras — que detém 47% das ações ordinárias (BRKM5) e 36,1% do capital total da Braskem — disse que  não há nenhuma decisão tomada em relação à participação na petroquímica. A estatal também disse que ainda estuda alternativas.

Já a ponta negativa foi liderada por Automob (AMOB3), com queda de mais de 3%. Ontem (25), o conselho de administração da companhia aprovou a proposta de grupamento de ações na proporção de 50 para 1. Agora, a decisão será submetida à Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária.

Entre os pesos-pesados, Petrobras (PETR4;PETR3) e Vale (VALE3) terminaram a sessão, mais uma vez, em alta na esteira das commodities.

petróleo Brent, referência para o mercado internacional, para junho teve leve ganho de 0,93%, a US$ 72,06 o barril na Intercontinental Exchange (ICE). Já o contrato mais negociado do minério de ferro, para maio, fechou com alta 0,19%, a 780 yuans (US$ 107,46) a tonelada na Bolsa de Mercadorias de Dalian (DCE) da China.

Exterior 

Nos Estados Unidos, as bolsas de Nova York interromperam a sequência de altas com a pressão das tarifas de importação.

No final da tarde, o presidente Donald Trump confirmou a criação de taxas para carros importados no país. Ele deve dar mais detalhes sobre as tarifas ainda hoje, em entrevista coletiva.

No início da semana, Trump já havia afirmado que as tarifas sobre carros importados seriam anunciadas em breve, mesmo antes de uma série de tarifas recíprocas a diversos  países que têm relações comerciais com os EUA — que devem entrar em vigor em 2 de abril.

As declarações de autoridades do Federal Reserve (Fed) também dividiram as atenções. O presidente da unidade do Fed de Minneapolis, Neel Kashkari, disse que não tem certeza sobre o efeito das tarifas de Trump sobre a economia, com a possibilidade de que elas possam elevar os preços ou desacelerar o crescimento econômico.

Já o presidente da unidade do Fed de St. Louis, Alberto Musalem, afirmou que as tarifas de importação podem desencadear inflação mais persistente no país.

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • Dow Jones: -0,31%, aos 42.454,79 pontos;
  • S&P 500: -1,12%, aos 5.712,20 pontos;
  • Nasdaq: -2,04%, aos 17.899,01 pontos.
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