Treze dias de hospedagem no Pará, durante a COP30, pode chegar ao valor de R$ 2 milhões

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), que acontece entre os dias 10 e 21 de novembro deste ano, está provocando um aumento descontrolado nos preços de hospedagem em Belém.

Diante disso, o RealTime1 realizou uma busca por acomodações para cinco adultos durante os 13 dias do evento.

O resultado revelou que os valores em plataformas como Booking.com e Airbnb ultrapassam a casa dos R$ 2 milhões, tornando mais barato comprar um imóvel do que alugá-lo durante o período.

Segundo a pesquisa, a reserva de uma acomodação para cinco adultos por 13 diárias pode custar até R$ 2.499.120, como é o caso de um apartamento de luxo no bairro Umarizal, a 2,3 km do centro da cidade.

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Cotação realizada em 12/03/2025

Outras opções também apresentam valores elevados, como uma casa em vila fechada por R$ 1.852.500 e um apartamento em um condomínio residencial, por R$ 1.788.774.

No Airbnb, um apartamento localizado em condomínio no bairro Nazaré chega a R$ 104.372 pelas 13 diárias.

Além dos valores excessivos, algumas dessas acomodações oferecem estruturas que não condizem com os preços praticados.

O apartamento de luxo de R$ 2,4 milhões, por exemplo, conta com apenas dois quartos. Outras opções milionárias apresentam características semelhantes, como a Casacop30, listada por R$ 1.427.400, que tem três quartos e acomoda até sete pessoas, e a Cop30 Suíte Master, de R$ 1.259.700, que também conta com três quartos.

Mesmo com comodidades como piscina e banheira de hidromassagem, os valores dessas acomodações são muito superiores aos praticados em períodos normais.

Opções menos caras, mas ainda acima do normal

Apesar dos valores exorbitantes em algumas acomodações, a consulta do Portal Realtime1 também identificou opções relativamente mais acessíveis.

Entre elas, um apartamento em Ananindeua, disponível no Airbnb, com diárias a R$ 345, totalizando R$ 4.679 pelo período.

Outra alternativa foi um apartamento próximo ao Mangueirão, listado por R$ 1.712 a diária, somando R$ 22.253 para os 13 dias.

Embora ainda elevados, esses valores são consideravelmente mais baixos em comparação às opções de luxo.

Falta de estrutura hoteleira e especulação imobiliária

A explosão dos preços tem uma explicação clara: Belém não tem estrutura hoteleira suficiente para atender à demanda do evento.

De acordo com Antônio Santiago, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Pará (ABIH-PA), a cidade conta com apenas 18 mil quartos de hotel, enquanto a expectativa é de que a COP30 atraia cerca de 50 mil visitantes.

A oferta limitada levou proprietários de imóveis e anfitriões de plataformas de aluguel a inflacionarem os valores, aproveitando-se da procura intensa.

A política do Booking.com informa que a plataforma não interfere na definição dos valores cobrados pelos anfitriões, ficando a critério dos proprietários a precificação das acomodações.

Esse modelo de funcionamento permite que os preços sejam ajustados conforme a demanda, o que pode contribuir para os aumentos expressivos registrados para o período da COP30.

Em condições normais, os preços da hospedagem em Belém são significativamente mais baixos. No entanto, o evento internacional tem impulsionado uma especulação sem precedentes, tornando a estadia inviável para muitos participantes, como pesquisadores, estudantes e ativistas ambientais.

Passagens aéreas também sofrem impacto

Uma análise comparativa dos preços das passagens aéreas (ida e volta) mostra variações expressivas nas tarifas para Belém dependendo do período.

Em julho de 2025, antes da COP30, as passagens apresentam preços mais estáveis. Para voos diretos de Manaus a Belém, a Azul cobra R$ 750, enquanto com paradas o valor sobe para R$ 1.250.

Já saindo de São Paulo, passagens diretas com Azul ou LATAM custam R$ 1.010, e com paradas, a LATAM cobra R$ 1.250.

No período da COP30, em novembro de 2025, os preços se elevam em algumas rotas. O voo direto da Azul entre Manaus e Belém sobe para R$ 856, um aumento de 14%, enquanto a opção com paradas custa R$ 1.350.

Partindo de São Paulo, a Azul reduz o valor do voo direto para R$ 947, mas a Gol cobra R$ 1.067 pela mesma rota. A LATAM, entretanto, registra um aumento expressivo nos voos com paradas, chegando a R$ 5.212.

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