O segredo para estimular a convivência entre gerações


‘Quando uma causa une as pessoas, elas descobrem meios de trabalhar juntas’, afirma ativista. A coluna de domingo, sobre a insegurança financeira que ronda as mulheres, foi a primeira sobre a quinta edição do Century Summit, realizado pelo centro de longevidade da Universidade Stanford. Hoje escrevo sobre um outro tema recorrente no evento: a importância da convivência entre as gerações. De acordo com os participantes, reunir gente jovem e madura em torno de pontos em comum é uma boa forma de começar. Pooja Tilvawala, ativista ambiental de 29 anos e fundadora da Global Youth Climate, afirmou que a ameaça das mudanças climáticas tem conseguido engajar pessoas de diferentes idades:
PoojaTilvawala: fundadora da organização Global Youth Climate
Divulgação
“O ativismo climático tem aproximado as gerações. Nesse ambiente, os mais velhos descobrem que os jovens não são apenas militantes e que se saem bem como negociadores. Quando uma causa une as pessoas, elas descobrem meios de trabalhar juntas, apoiando-se mutuamente”, analisou.
Emma Waldman, editora da revista Harvard Business Review, participou de um debate sobre o etarismo no mundo corporativo e contou que, apesar da pouca idade, também já foi vítima de preconceito. Na sua opinião, a melhor forma de superar as barreiras é conversando:
“Em vez de alimentar os estereótipos, temos que nos sentar e buscar o que nos une. Os jovens acusam os baby boomers (os nascidos entre 1946 e 1964) de não se preocuparem com o meio ambiente; baby boomers nos acusam de sermos ‘snowflakes’ (o termo floco de neve se refere a quem é excessivamente sensível). A convivência entre gerações deveria ser mais sobre as experiências compartilhadas do que sobre as diferenças. Acredito na mentoria mútua, com uma troca de conhecimentos”.
Alex Swartsel, diretora da Jobs for the Future, organização voltada para a qualificação da mão de obra e o aprendizado contínuo, enfatizou que um dos estereótipos mais comuns é encarar a tecnologia como um território exclusivo dos jovens:
“Há duas percepções equivocadas que caminham juntas. A primeira é dar um status superdimensionado à tecnologia que, por si só, não significa nada. Ela faz sentido como ferramenta, para chegarmos a algum lugar. A segunda é a crença de que os mais velhos se recusam a adotar a tecnologia. Eles usam, mas se preocupam em saber qual é a sua real utilidade”.
Aos 70 anos, Bill Greene, diretor da Mind Share Partners, que treina empresas para construir ambientes que invistam na saúde mental dos funcionários, deu seu depoimento como baby boomer:
“Minha geração não foi criada para falar sobre saúde mental, o que resultou em muitos divórcios, problemas com o consumo de álcool e burnouts. É importante que todos estejamos abertos para conversar, principalmente sobre o que nos aproxima. Há pessoas com mais de 60 anos que estão abrindo um negócio, ou com filhos adolescentes, como é o meu caso. O que conta é o estágio de vida no qual nos encontramos”.
Geração X, millennial, babyboomer: entenda o significado dos termos
Adicionar aos favoritos o Link permanente.