Forte demanda por chips de IA impulsiona Nvidia no 4T24, mas ação recua

A Nvidia (NVDA) divulgou na quarta-feira (26) os resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24), reportando um crescimento expressivo em suas principais métricas financeiras. A empresa registrou uma receita de US$ 39,3 bilhões, um aumento de 78% na base trimestral e 114% na comparação anual. O lucro líquido atingiu US$ 22,09 bilhões, uma alta de 79,7% em relação ao ano anterior.

O destaque continua sendo o segmento de data centers, que gerou US$ 35,6 bilhões no trimestre – 91% da receita total da companhia. O crescimento anual do setor foi de 93%, superando as estimativas do mercado, que projetavam US$ 33,65 bilhões. Por outro lado, a divisão de Games arrecadou US$ 2,5 bilhões, abaixo da expectativa de US$ 3,04 bilhões, enquanto o segmento de chips automotivos e robóticos totalizou US$ 570 milhões, uma alta de 103% ano contra ano.

Apesar dos resultados expressivos, a margem bruta recuou 3 pontos percentuais, para 73%, refletindo o aumento da complexidade dos novos chips e os custos elevados de produção. Para o 1T25, a Nvidia forneceu um guidance otimista, projetando uma receita de US$ 43 bilhões, 2,9% acima das estimativas de mercado (US$ 41,8 bilhões), o que representa um crescimento de 65% em relação ao 1T24. O foco da empresa segue na produção e entrega dos processadores de inteligência artificial Blackwell, sua nova geração de chips.

Reação do mercado e análise

Apesar dos números positivos, a ação da Nvidia enfrentou volatilidade no curto prazo. Para William Castro Alves, estrategista-chefe da Avenue, a empresa entregou resultados sólidos, mas o mercado já precificava grande parte desse crescimento.

“O grande problema, a meu ver, que fez com que as ações reagissem negativamente, é que a barra está alta para a Nvidia”, analisou Alves. Ele destaca que os investidores já antecipavam números robustos e, mesmo com a superação das projeções, “não houve uma surpresa positiva que empolgasse o mercado”.

Outro ponto de atenção levantado pelo especialista é o impacto da precificação da Nvidia, que hoje tem um valor de mercado de US$ 3,1 trilhões. Segundo Alves, isso coloca a relação preço/lucro acima de 30 vezes, gerando questionamentos sobre se a empresa ainda tem espaço para valorizações expressivas. “Ela pode continuar crescendo, mas a dúvida é: até que ponto o preço atual justifica essa expectativa?”, ponderou.

Ainda assim, o estrategista ressaltou que a demanda pelos chips Blackwell segue forte e pode sustentar novos avanços para a companhia. “A Nvidia precisa continuar entregando para manter essa trajetória, mas, por ora, não há nenhum sinal de desaceleração preocupante”, concluiu.

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