Editorial: Bons ventos a favor de Laguna

Um ditado comum na navegação diz que mar calmo não forma um bom marinheiro. Para um navegador de primeira viagem, o prefeito Peterson Crippa tem conduzido a embarcação que lhe foi confiada em mares tranquilos e furiosos — são episódios de polêmica que dividem espaço com as novidades de uma gestão em seus primeiros momentos. Saber segurar o timão do barco será fundamental a partir de agora.

Eleito pelo lagunense que optou pela mudança, Crippa tem contado com momentos de apoio popular como foi quando convocou um mutirão de limpeza na praia ou o apelo para que o morador pagasse o IPTU em cota única, resultando em um incremento de pouco mais de dois milhões de reais em relação a janeiro do ano passado. Embora conviva com críticas pesadas, fruto da herança de uma administração mal gerida, o prefeito tem buscado meios de elevar a autoestima da população.

Nessa busca, apoiada no lema “a vida vai melhorar”, o chefe do Executivo conseguiu pôr a cidade no radar de uma das principais universidades do Sul catarinense para instalar um segundo campus na cidade. O município que já tem a Udesc, ainda que não tenha aprendido a usá-la como deveria ser, pode ganhar a Unesc.

O ensino superior é demanda necessária para Laguna. Por isso, a implantação de um campus é um fato que deve ser visto não como promessa, mas com a visão de redenção para uma cidade acostumada a ver as demais crescerem.

A informação surge no mesmo momento em que a Eikto, multinacional chinesa, anuncia um investimento de R$ 117 milhões. Outra demanda de séculos: a industrialização de uma cidade que parou no tempo. A promessa é que até 2028 essa aplicação de recursos ocorra, com suporte do governo estadual. O barco de Laguna parece ter encontrado um vento favorável. O comandante tem a missão de segui-lo. Pode ser a chance de ouro que tantos tiveram — e não souberam aproveitar.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.