Caso Braiscompany: Justiça condena três pessoas por envolvimento em esquema bilionário


As penas somam mais de 170 anos de prisão. Outras duas pessoas foram absolvidas por falta de provas. Sede da Braiscompany, em Campina Grande
Ewerton Correia/TV Paraíba
Três envolvidos no caso Braiscompany foram condenados a penas que somam mais de 170 anos de prisão por crimes como lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, operação irregular de instituição financeira e organização criminosa. Outras duas pessoas foram absolvidas por falta de provas.
Com sede em Campina Grande, a empresa atuava no mercado de criptoativos e movimentou mais de R$ 1 bilhão em um esquema que prometia falsos retornos financeiros. As três pessoas condenadas são:
Joel Ferreira de Souza – 128 anos, 5 meses e 28 dias de reclusão
Gesana Rayane da Silva – 27 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão
Victor Augusto Veronez de Souza – 15 anos de reclusão
A defesa de Gesana Rayane da Silva afirmou que irá apresentar recurso contra a decisão. A Rede Paraíba de Comunicação também entrou em contato com a defesa de Joel Ferreira de Souza e Victor Augusto Veronez de Souza, mas não obteve resposta até o momento.
Os réus Mizael Moreira Silva e Clélio Fernando Cabral do Ó foram absolvidos das acusações após a Justiça Federal considerar que as provas apresentadas foram insuficientes para a condenação.
LEIA MAIS: Entenda investigações contra Braiscompany e por que empresa é suspeita de calote milionário
A sentença foi assinada pelo juiz federal da 4ª Vara Federal de Campina Grande, Vinícius Costa Vidor. A condenação é resultado de uma ação penal movida pelo Ministério Público Federal (MPF), com base em uma investigação conduzida pela Polícia Federal e pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A Justiça considerou provas produzidas ao longo do processo, incluindo a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático, além da análise de materiais extraídos de dispositivos eletrônicos por meio de softwares forenses.
As condenações
Joel Ferreira de Souza, apontado como um dos principais líderes do esquema, foi condenado a 128 anos, 5 meses e 28 dias de reclusão, além de 6.380 dias-multa, cada um no valor de 15 salários mínimos. Joel deverá cumprir a pena em regime fechado e terá bens confiscados no valor de até R$ 36,59 milhões.
Gesana Rayane Silva, de acordo com as investigações, tinha papel relevante na estrutura da empresa e responde por cinco crimes de lavagem de dinheiro. Ela foi sentenciada a 27 anos, 10 meses e 10 dias de reclusão, mais 2.075 dias-multa, cada um correspondente a dois salários mínimos. Também foi fixado valor solidário de R$ 36,59 milhões para reparação de danos causados aos investidores.
Victor Augusto Veronez de Souza recebeu pena de 15 anos de reclusão, com 500 dias-multa, a serem pagos em valor fixado pela Justiça. A pena será cumprida igualmente em regime fechado.
Além das penas de reclusão, a sentença também determina a expedição de mandados de prisão para os réus após o trânsito em julgado, a suspensão dos direitos políticos dos condenados e a fixação de um valor mínimo de R$ 36,5 milhões para reparação dos danos causados aos investidores, quantia que deverá ser paga de forma solidária entre os envolvidos no esquema.
Vídeos mais assistidos do g1 Paraíba
Adicionar aos favoritos o Link permanente.