Dólar tem forte alta e fecha a R$ 5,91 com guerra comercial

A escalada da guerra comercial com retaliações ao plano tarifário dos Estados Unidos continuou a impulsionar o dólar ante moedas emergentes, com os investidores precificando os possíveis impactos para a economia mundial.

Nesta segunda-feira (7), dólar à vista (USDBRL) encerrou as negociações a R$ 5,9106, com alta de 1,30%. Durante a sessão, a divisa atingiu R$ 5,9324. 

O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17h (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, subia 0,45%, aos 103.470 pontos.

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O que mexeu com o dólar hoje?

As tarifas de importação dos Estados Unidos seguiram elevando o temor de uma guerra comercial global e o risco de recessão da maior economia do mundo.

Hoje (7), o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a endurecer o discurso sobre as tarifas recíprocas contra a segunda maior economia do mundo. Em publicação na rede social Truth, o presidente norte-americano disse que, se a China não recuar na tarifa retaliatória, os EUA vão aumentar a alíquota de importação recíproca de 34% para 50% — a partir da próxima quarta-feira (9). Ele ainda afirmou que as negociações sobre as tarifas com Pequim foram encerradas.

Além da China, a Comissão Europeia propôs contratarifas de 25% sobre uma série de produtos norte-americanos, em resposta às tarifas de Trump sobre o aço e o alumínio, segundo um documento visto pela Reuters. As taxas sobre alguns produtos devem entrar em vigor em 16 de maio e outras no final do ano, em 1º de dezembro.

O Japão, porém, deve enviar uma equipe “de ponta” para as negociações, segundo Trump. O país está sujeito a uma taxa recíproca de 24%, além dos 25% sobre as importações de automóveis japoneses.

Relembrando: na semana passada, Trump estabeleceu uma alíquota-base de 10% para todos os países que são parceiros comerciais, que entrou em vigor no último sábado (5). Já as tarifas recíprocas serão aplicadas a partir de 9 de abril. De acordo com a Casa Branca, China (com taxa de 34%), Vietnã (46%), União Europeia (20%) e Taiwan (32%) serão os mais impactados.

Em resposta, a China anunciou uma tarifa de 34% sobre a importação dos produtos norte-americanos na ultima sexta-feira (4). A medida começa a valer na próxima quinta-feira (10) — um dia após a tarifa de 34% dos EUA contra os produtos chineses entrar em vigor.

Com a escalada da guerra comercial, os agentes financeiros elevaram apostas de cortes mais ‘agressivos’ nos juros norte-americanos pelo Federal Reserve (Fed). Os traders veem probabilidade de quarto a cinco reduções nos juros até dezembro de 2025 pelo BC norte-americano, segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group.

O que mexeu com o dólar no Brasil

No cenário doméstico, os agentes financeiros repercutiram o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (7). Os economistas consultados pelo Banco Central mantiveram as projeções para Selic em 15% em dezembro e outros indicadores econômicos e reduziram apenas as estimativas para o câmbio pela quarta semana consecutivo. O mercado espera que o dólar encerre 2025 a R$ 5,90.

Ao longo da semana, os investidores concentram as atenções na divulgação de novos indicadores econômicos, entre eles, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março e o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), de fevereiro.

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