No que ficou conhecido como “Dia da Libertação”, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou tarifas particulares para diferentes países na quarta-feira (2), com uma taxa mínima de 10% para o Brasil.
Segundo o BTG Pactual, apesar dos EUA terem se tornado importante para as exportações brasileiras de carne bovina, eles acreditam que o setor não deve ser afetado.
“O produto já enfrenta tarifas superiores a 10% — especificamente, 26%. Ainda não está claro como será tratada a cota com isenção tarifária, mas, como ela é pequena, acreditamos que não deva ser alterada”, disseram os analistas Thiago Duarte e Guilherme Guttila.
“Há também um ângulo positivo a considerar, já que EUA e Brasil competem nos mercados globais de carnes e grãos. Supondo que outros países reajam com medidas retaliatórias, o efeito líquido pode ser positivo para os exportadores brasileiros
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Com esse cenário, devem se beneficiar as seguintes empresas:
- Minerva Foods (BEEF3): neutro, preço-alvo de R$ 7 e potencial de alta de 5,9%
- SLC Agrícola (SLCE3): compra, preço-alvo de R$ 24 e potencial de alta de 27,93%
- BRF (BRFS3): neutro, preço-alvo de R$ 25 e potencial de alta de 26,58%
Quanto ao etanol, o combustível enfrenta atualmente uma tarifa de 2%, que, em teoria, passaria para 2% + 10% com as novas medidas de Trump. No entanto, os EUA hoje têm um papel relativamente menor nas exportações brasileiras de etanol, sendo a Coreia do Sul o principal destino atualmente.
“Além disso, as importações de etanol do Brasil estão atreladas ao mandato de mistura. Portanto, se o mandato não mudar, a demanda permanece estável e o custo acaba sendo repassado ao consumidor, via o etanol misturado à gasolina nos EUA”.