Os Estados Unidos anunciou tarifas recíprocas para produtos importados e o Brasil será taxado em 10% a partir de sábado (5).
No entanto, o governo brasileiro não gostou dessa novidade e publicou um posicionamento lamentando a medida divulgada pelo presidente Donald Trump, na quarta-feira (2).
“A nova medida, como as demais tarifas já impostas aos setores de aço, alumínio e automóveis, viola os compromissos dos EUA perante a Organização Mundial do Comércio e impactará todas as exportações brasileiras de bens para os EUA”, diz a nota do Ministério das Relações Exteriores.
O governo brasileiro afirmou que está aberto para negociação com o governo norte-americano para reverter as medidas anunciadas. No entanto, não descarta medidas mais duras, como entrar com um recurso na Organização Mundial do Comércio (OMC).
Além disso, o Congresso já se adiantou e aprovou o projeto que a Lei da Reciprocidade Comercial, autorizando o governo a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras aos produtos do Brasil no mercado global. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve sancionar o projeto até sexta-feira (4).
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Relação entre o Brasil e os Estados Unidos
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil. Em 2024, as exportações brasileiras para os Estados Unidos totalizaram US$ 40,3 bilhões, correspondendo a 12% do total das vendas externas do país. Já as importações de produtos americanos pelo Brasil atingiram US$ 40,6 bilhões, representando 15,5% do total importado.
As exportações brasileiras se concentram em produtos relacionados a commodities, sendo os principais óleos de petróleo bruto e refinado, no valor de US$ 7,6 bilhões; e produtos de ferro e aço, incluindo ferroligas, ferro-gusa, lingotes e outras formas primárias, somando US$ 5,9 bilhões. Juntos, eles representam 34% do total exportado para os EUA.
Já do lado das importações, os equipamentos de geração de energia (principalmente motores e máquinas não elétricos) são a principal categoria, totalizando US$ 7,1 bilhões e representando 18% do total importado.
Além disso, os Estados Unidos continuam sendo uma das principais fontes de Investimento Direto no País (IDP), com um fluxo líquido estimado de US$ 7,1 bilhões em 2024, o que corresponde a 26% do total líquido recebido nessa categoria.
Além da tarifa de reciprocidade de 10%, o Brasil também está lidando com as taxas de 25% para as importações de aço e alumínio que começaram a valer no mês passado — algo que afeta diretamente o Brasil, que é o segundo maior importador do segmento para os EUA.
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