Leitura no Brasil: Norte é a região que menos lê, com queda acentuada desde 2019

A Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil 2024, realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL) em parceria com a Fundação Itaú, revelou uma queda no percentual de leitores no país, passando de 52% em 2019 para 47% na edição atual.

O estudo, que ouviu 5.504 brasileiros em 208 municípios, apontou diferenças expressivas entre as regiões, com um declínio mais acentuado na Região Norte, onde o percentual de leitores caiu de 63% em 2019 para 48% em 2024.

A Região Sudeste também apresentou redução, com 46% da população se declarando leitora, contra 51% na pesquisa anterior.

O Sul, que antes registrava 58%, agora tem 53% de leitores, enquanto o Nordeste caiu de 48% para 43%. A Região Centro-Oeste foi a única a manter estabilidade, passando de 46% para 47%.

Mudança no hábito de leitura

Os dados refletem uma mudança nos hábitos de leitura e no acesso ao livro, especialmente nas regiões que apresentaram queda mais acentuada.

Além da redução do percentual de leitores, a pesquisa revelou que a média de livros lidos por ano também diminuiu. Em 2019, cada brasileiro lia em média 4,95 livros por ano, enquanto em 2024 esse número caiu para 3,96 livros.

Entre as regiões, o Norte registrou a maior queda, passando de 5,30 para 3,38 livros por ano. No Nordeste, a média caiu para 2,88, enquanto no Sudeste, onde a leitura historicamente é mais consolidada, os leitores passaram a ler 4,45 livros anuais.

O Sul manteve o maior índice, com 4,96 livros por ano, seguido pelo Centro-Oeste, onde a média ficou em 3,81 livros anuais.

Barreiras para a leitura

A pesquisa também identificou as principais barreiras para a leitura. O fator mais citado foi a falta de tempo, apontado por 46% dos entrevistados, seguido pelo desinteresse pela leitura, mencionado por 9%.

Outros fatores incluem a preferência por outras atividades, o cansaço e a falta de paciência para ler. O preço dos livros também aparece como uma dificuldade, principalmente entre as classes mais baixas.

Quando analisadas as formas de acesso ao livro, a pesquisa apontou que 41% dos leitores compram seus livros em lojas físicas ou digitais, enquanto 25% recebem livros de presente e 18% os pegam emprestados em bibliotecas escolares.

O estudo também revelou que os livros digitais ainda enfrentam resistência, com apenas 16% dos leitores declarando que o último livro lido foi em formato digital.

Segundo o diretor da IPL, Sevani Matos, os dados expõem a necessidade de políticas públicas voltadas para o incentivo à leitura e ao acesso ao livro, especialmente em áreas onde a redução do número de leitores foi mais significativa, como o Norte e o Nordeste.

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