Esposas e filhas vítimas de estupro, cárcere privado e violência doméstica serão ouvidas nesta terça em Teófilo Otoni


Audiência faz parte do processo contra homem acusado de crimes cometidos entre 2001 e 2024, incluindo abortos forçados e ocultação de cadáver. Roupa de bebê encontrada no quintal onde os fetos foram enterrados
Polícia Civil
Está marcada para esta terça-feira (11), em Teófilo Otoni, a audiência que irá colher os depoimentos das vítimas de crimes como estupro, violência doméstica, violência psicológica, cárcere privado, aborto forçado e ocultação de cadáver. Os crimes aconteceram ao longo de 23 anos na zona rural de Novo Oriente de Minas. O caso envolve um homem de 55 anos, preso desde outubro de 2023, além de sua ex-esposa e três filhas.
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Segundo denúncia do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), entre 2001 e 2024, o suspeito manteve a então companheira em cárcere privado. A vítima só tinha permissão para sair de casa em situações específicas, como resolver questões escolares dos filhos ou receber benefício assistencial, sempre sob vigilância do agressor. Conforme a investigação, a mulher engravidou dez vezes e, em várias ocasiões, foi forçada a abortar. A promotoria aponta que o objetivo do acusado era impedir que a vítima tivesse qualquer oportunidade de denunciar os abusos.
Além disso, a denúncia também inclui crimes como estupro de vulnerável contra duas das filhas, violência psicológica contra a esposa e os filhos, ameaças, abortos forçados e ocultação de cadáver.
A promotora de Justiça Renata Oliveira Schlickmann destacou que a violência psicológica sofrida pela ex-companheira durou mais de duas décadas.
“O fato é que a então esposa viveu uma situação de violência psicológica por mais de 20 anos. O homem a ameaçava e agredia na presença dos filhos. Além disso, a privava de liberdade e mantinha relações sexuais contra a sua vontade”, explicou.
A investigação teve início após uma das filhas do casal, que sofreu violência psicológica, mas não foi vítima de estupro, procurar a Polícia Civil para denunciar os abusos. De acordo com o MPMG, a família vivia sob intenso medo do acusado. Com o passar dos anos, alguns dos filhos, já adultos, conseguiram fugir de casa, e a mulher também escapou com as crianças mais novas. Foi nesse momento que os crimes começaram a ser revelados.
A partir dos relatos, a Polícia Civil coletou depoimentos das vítimas e testemunhas e solicitou a prisão preventiva do suspeito. O pedido foi aceito pela Justiça e, após sua prisão, foi iniciada a ação penal.
Na audiência desta terça-feira (11), serão ouvidas as vítimas. Em seguida, testemunhas de acusação e defesa prestarão depoimento, e, por fim, o acusado será interrogado.
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