Carrefour Brasil (CRFB3) convoca assembleia para discutir deslistagem da varejista

O Carrefour Brasil (CRFB3) convocou uma assembleia geral extraordinária (AGE) para o dia 7 de abril, com o intuito de deliberar sobre o encerramento da listagem no Novo Mercado.

O Carrefour França, controlador da varejista de alimentos, anunciou no mês passado o lançamento de uma oferta para fechar o capital da subsidiária brasileira. A companhia anunciou na sexta (7) que seu conselho de administração aprovou a proposta.

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O controlador quer transformar a companhia em uma subsidiária integral, tendo assim 100% do capital da brasileira. Hoje, a holding possui uma participação próxima de 70% da varejista, segundo dados da B3.

A operação prevê o fechamento do capital do Carrefour Brasil, que ficaria apto a emitir somente títulos de dívida, como debêntures, por exemplo.

Analistas estimam que a saída do Carrefour do Novo Mercado ocorra já no segundo trimestre deste ano.

Vale pontuar que os acionistas minoritários representam 25% de participação no Carrefour Brasil e o grupo francês precisa do aval da maioria simples dessa parcela.

Deslistagem do Carrefour Brasil

Tendo em vista que a transação envolve a incorporação de todas as ações do Carrefour Brasil em uma nova empresa brasileira controlada pelo grupo Carrefour, os acionistas receberiam diferentes classes de ações resgatáveis em troca de suas ações, que posteriormente seriam resgatadas por dinheiro, ações do Carrefour ou de forma híbrida (dinheiro + ações).

Mais especificamente, a relação de troca proposta pelo acionista controlador para o resgate das ações abrange três opções:

  • Classe A: 100% em dinheiro, com pagamento de R$ 7,70 por ação;
  • Classe B: dinheiro (R$ 3,85) mais ações do Carrefour França;
  • Classe C: 100% de ações do Carrefour França.

No entanto, há uma movimentação dos acionistas minoritários em relação à proposta. Segundo carta aberta a qual a Exame teve acesso, a gestora americana Wishbone Partners aponta a operação como “oportunista” e “antiética”.

“Trata-se de oportunismo vergonhoso e antiético – uma tentativa de criar valor para o controlador francês tirando-o dos minoritários de Atacadão – e que se reflete de maneira terrível na cultura de governança corporativa que o Brasil trabalhou de forma tão admirável para construir ao longo dos últimos 25 anos”, diz a carta.

A gestora ataca principalmente a oferta de R$ 7,70 por ação, apontando que o Atacadão foi listado em 2017 a R$ 15 por ação, quase o dobro da oferta atual, sendo que a empresa registrou crescimento de receita significativo desde então.

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