Região de Ribeirão Preto está com baixo percentual de imunizados contra a dengue


Cobertura vacinal da segunda dose em Serra Azul é de 0,48% e em Jaboticabal, de 2%. Restinga liberou imunização para faixa etária dos 6 a 16 anos. Vacina contra dengue, Qdenga
Reprodução/EPTV
Pelo menos três cidades da região de Ribeirão Preto (SP) estão com baixo percentual de vacinação contra a dengue e a falta de procura pela imunização tem preocupado as Vigilâncias Epidemiológicas.
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A vacina é voltada, especificamente, para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, mas, desde fevereiro deste ano, o Ministério da Saúde recomenda a ampliação da faixa etária em casos em que as doses estão próximas do vencimento (veja mais abaixo).
Na região, apenas Restinga (SP) expandiu a imunização para a faixa etária de 6 a 16 anos, segundo informou ao g1 a Secretaria de Estado de Saúde (SES).
Em Serra Azul (SP), apenas 0,48% do público-alvo tem o esquema vacinal completo. A primeira dose também foi pouco procurada na cidade: só 4% foram imunizados.
Em Jaboticabal (SP), 8% das crianças e adolescentes tomaram a primeira dose da vacina e só 2% voltaram aos postos de saúde para a segunda dose.
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Serrana (SP) tem 10% do público-alvo vacinado com a primeira dose e 5% com a segunda. Em Ribeirão Preto, são 52% das crianças e adolescentes com a primeira dose e apenas 14% com a segunda.
Diretora do Departamento de Vigilância em Saúde de Ribeirão Preto, Luzia Márcia Romanholi Passos diz que a situação na região é preocupante.
“Estamos em um cenário epidemiológico muito parecido com o cenário de 2024, mas devemos lembrar que estamos no início do mês de março e, devemos lembrar também, que os casos de dengue, agora que começam a aumentar. Mês de março, mês de abril é que acontece pico da epidemia. Então estamos preocupados, principalmente, porque estamos com a infestação do mosquito muito alta”.
No Estado de São Paulo, a primeira dose foi aplicada em 27% das crianças e adolescentes e a segunda, em 11%, segundo levantamento da SES.
Cobertura só é completa com duas doses
A cobertura vacinal da dengue só está completa e a pessoa só está protegida com as duas doses da vacina. Por isso mesmo, é extremamente importante comparecer aos postos de saúde após três meses da primeira imunização, para receber a segunda.
“Você faz uma primeira dose e estimula o sistema imunológico, produz os anticorpos, as células de defesa. Por isso, depois de um tempo, já é preciso a segunda dose, que vem reforçar essa primeira dose e, aí sim, ter uma imunidade mais duradoura”, diz Luzia.
Vacina contra a dengue em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/EPTV
Desde fevereiro, o Ministério da Saúde passou a recomendar a ampliação do público-alvo da vacina contra a dengue para além de crianças e adolescentes.
De acordo com o órgão, doses com prazo de dois meses de validade poderão ser aplicadas em pessoas dos 6 aos 16 anos. Na região, Restinga estendeu a imunização para esta faixa etária.
Ainda segundo o MS, vacinas que estiverem a um mês de vencer poderão ser expandidas até o limite etário especificado na bula, que é dos 4 aos 59 anos.
A expansão do público-alvo deve considerar a disponibilidade de doses e a situação epidemiológica de cada estado e município. Em Ribeirão, como não há doses para vencer, o esquema vacinal segue exclusivamente para crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, explica Luzia.
“Essa determinação é para os municípios que tem a vacina com validade breve, ou seja, vacinas que vão vencer no próximo mês ou nos próximos dois meses. Não é o caso de Ribeirão Preto. As vacinas que recebemos têm validade até o último dia do mês de novembro”.
Até esta quinta-feira (6), a cidade registrou duas mortes e 4.340 casos foram confirmados. A população mais afetada pela doença está entre 20 e 39 anos.
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