Caso brigadeirão: Justiça nega prisão domiciliar para acusada

O casal Luiz e Júlia no último registro da vítima com vida; ao lado, foto da acusada de ser a mandante do crime, Suyanyreprodução/Polícia Civil

O Tribunal Superior do Rio de Janeiro (TJ-RJ), através da 4ª Vara Criminal, negou mais um pedido de revogação da prisão preventiva de Suyany Breschak, acusada de participação no homicídio do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond, em maio de 2024. As informações foram obtidas pela coluna do Ancelmo Gois (O Globo) e confirmadas ao Portal iG pelo TJ-RJ.

O empresário teria sido morto pela namorada, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, a mando da cigana Suyany por motivações financeiras, de acordo com o delegado Marcos Buss, da 25ª DP (Engenho Novo – RJ).

O delegado afirmou ainda que Suyany instruiu Júlia a comprar e a moer os 60 comprimidos de morfina para acrescentar no brigadeirão, que também tinha o ansiolítico Clonazepam.

Atualmente, Júlia está presa no Instituto Penal Oscar Stevenson, em Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Suyany está no Presídio Djanira Dolores de Oliveira, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste da cidade.

Pedido de prisão domiciliar pela defesa

Suyany saindo da delegacia após depoimento, ainda em 2024Reprodução/TV Globo

A defesa da cigana alegou que ela foi agredida e sofreu ameaças no instituto penal em que está detida, e por isso queria a concessão de prisão domiciliar. Para a juíza Lúcia Mothe Glioche, os fatos devem ser investigados pela Promotoria de Justiça e não podem servir de fundamento para reanálise da determinação.

“Os depoimentos colhidos na fase de inquérito indicam que as denunciadas se uniram com o fim de eliminar a vida da vítima, para usufruir de seus bens, agindo de forma calculada e fria, revelando periculosidade que justifica a segregação e demonstrando a capacidade delas de atuarem para prejudicar a colheita da prova em juízo”, mencionou Glioche, segundo a coluna. 

Audiência marcada

A magistrada designou uma audiência de instrução e julgamento para que o Ministério Público ouça as rés e testemunhas do caso no dia 1º de abril, às 13h. O TJ-RJ informou a nova data e horário ao iG — antes, seria no dia  14 de março, às 13h, no IV Tribunal do Júri. 

A Justiça também negou o pedido da defesa de Júlia Pimenta, a namorada da vítima, que pretendia retirá-la da denúncia da autoria do assassinato. 

Segundo a juíza, o laudo de exame de necropsia da vítima é “suficiente para indicar que, em conjunto com o colhido no inquérito policial, a causa da morte seja intoxicação exógena e envenenamento”, e que “a denúncia trazida está lastreada em suporte mínimo probatório, autorizando a imputação”, aponta a coluna. 

A vítima morreu depois de ingerir um brigadeirão oferecido pela namorada Julia. O corpo dele foi encontrado em estágio avançado de decomposição dentro do próprio apartamento, na zona norte do Rio, em maio do ano passado.

Caso do brigadeirão envenenado

Luiz Marcelo Antônio Ormond, de 44 anos, foi visto pela última vez na tarde de 17 de maio, saindo da piscina do prédio, acompanhado de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, de 29 anos. O momento foi gravado por câmeras de segurança do edifício, e mostram os dois no elevador. O empresário tosse bastante e aparenta estar com tontura, chegando a se apoiar na lateral. 

O corpo de Luiz Marcelo foi achado no dia 20, no sofá da sala, após denúncia de vizinhos, que sentiram um cheiro forte vindo do apartamento. Ele estava em avançado estado de decomposição. A polícia acredita que Júlia pode ter ficado por três dias no mesmo imóvel antes de fugir.

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