O que o álcool faz com seu sono e sua energia? Entenda os impactos no dia a dia

O consumo de álcool é parte comum da rotina social de muitos brasileiros, mas seus efeitos vão muito além da ressaca.

Pesquisas recentes mostram que a ingestão frequente de bebidas alcoólicas compromete a qualidade do sono, afeta o desempenho físico e pode derrubar a produtividade no trabalho.

O que diz a ciência sobre álcool e sono?

Estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Sociedade Brasileira do Sono revelam que, embora o álcool pareça relaxar e induzir o sono inicialmente, ele desorganiza as fases do sono, especialmente a fase REM, que é fundamental para a recuperação mental e consolidação da memória.

“O álcool até induz o sono, mas o organismo entra em um ciclo de interrupções e despertares frequentes durante a madrugada. Isso prejudica a recuperação completa do corpo e da mente”, explica a médica especialista em medicina do sono Dra. Lia Bittencourt, professora da Unifesp e pesquisadora da Associação Brasileira do Sono.

Prejuízos no treino e no rendimento físico

Um estudo publicado no Journal of Sports Medicine aponta que o álcool afeta diretamente a performance física, mesmo que o consumo aconteça no dia anterior ao exercício. A substância reduz a força muscular, prejudica o equilíbrio metabólico e aumenta a fadiga.

“O etanol interfere na síntese de proteínas, atrapalha a recuperação muscular e pode anular boa parte dos benefícios obtidos durante o treino”, destaca o educador físico e doutor em fisiologia do exercício Bruno Gualano, da USP.

Produtividade no trabalho também sofre impacto

Além de prejudicar a qualidade do sono e o condicionamento físico, o álcool também pode afetar diretamente a rotina profissional. Um levantamento realizado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) aponta que o consumo excessivo de álcool está associado a:

  • Aumento do absenteísmo (faltas e afastamentos);
  • Queda na produtividade por cansaço, lapsos de memória e dificuldade de concentração;
  • Maior incidência de acidentes de trabalho, especialmente em funções operacionais.

Para a psicóloga organizacional Mariana Reis, especializada em saúde ocupacional, o consumo frequente de álcool afeta não só o desempenho, mas também a imagem do profissional dentro da empresa:

“O colaborador passa a ser visto como pouco confiável, especialmente se os efeitos do consumo de bebidas forem percebidos diretamente na postura ou rendimento dele”.

Equilíbrio é o segredo

Os especialistas ressaltam que o problema não está no consumo moderado e ocasional, mas no hábito frequente, sem planejamento ou controle.

No Amazonas, onde a cultura regional valoriza festividades e momentos de confraternização, especialistas alertam para o risco de o álcool se tornar uma parte “normalizada” da rotina, o que pode impactar a qualidade de vida e o próprio desempenho profissional.

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