Com frevo rasgado, Amantes de Glória festejam vitória do audiovisual brasileiro no Oscar

Bloco foi fundado por turma de amigos que ‘gazeava’ aula para ir ao cinema e, depois, beber. Bloco Amantes de Glória no carnaval do Recife
Fundado há 27 anos, o bloco Amantes de Glória ganhou as ruas do Bairro do Recife nesta segunda-feira (3), desta vez celebrando, além do carnaval, o cinema brasileiro. A comemoração se deve ao Oscar de “Ainda estou aqui” como melhor filme estrangeiro (veja vídeo acima).
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“Nosso audiovisual é uma indústria cultural de transformação muito potente. Por isso também foi tão atacado nos últimos anos. Mas seguimos firmes e, agora, totalmente reenergizados. Esse ano é carnaval com cinema”, brinca a jornalista Carol Vergolino.
Uma das fundadoras dos Amantes e também produtora de audiovisual, ela conta que o bloco que se veste de verde e desfila pelas ruas do Centro do Recife na segunda-feira de carnaval buscou no cinema a inspiração para o nome.
“Glória era uma das personagens do filme ‘Ninguém falará de nós quando estivemos mortos’. Uma mulher que, para escapar de uma máfia, vai para o México e se torna prostituta”, conta.
Carol fazia parte de uma turma de amigos — até hoje unida — que “gazeava” aula para ir ao antigo Cine Veneza, na Rua do Hospício, na Boa Vista. “De lá, íamos para um bar falar das coisas da vida. E foi aí que surgiu a ideia de fundar um bloco”.
A psicóloga Sindy Lira, 25 anos, foi convencida por uma amiga a brincar a segunda-feira nos Amantes. “Ela disse que era super tranquilo, um ambiente bom para carnaval. Resolvi arriscar e estou amando”, disse.
Da tradicional concentração na Rua da Guia, os foliões atravessaram a ponte e seguiriam pela Rua do Imperador.
“Quando decidimos, isso tinha relação com a valorização do Bairro do Recife. Na época em que o bloco foi criado, ainda não existiam os polos descentralizados”, relembra o cineasta César Maia, também fundador do bloco.
Foliões no bloco ‘Amantes de Glória’
Jorge Cavalcanti/g1
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