Economistas da Warren alertam: saque extra do FGTS pode dificultar controle da inflação

saque FGTS

O governo anunciou a liberação de um saque extraordinário de R$ 12 bilhões do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), voltado para trabalhadores que aderiram à modalidade de saque-aniversário e foram demitidos entre 2020 e 2025. A decisão, prevista para ser oficializada por meio de uma Medida Provisória, gera discussões sobre seus impactos na economia e na estrutura do fundo.

Segundo análise da Warren Rena, a medida ocorre em um momento de política monetária contracionista, o que pode ampliar os desafios para o Banco Central no controle da inflação. “O ideal seria que novas medidas com efeito sobre a atividade econômica não fossem adotadas nesse momento”, aponta o relatório assinado pelos economistas Felipe Salto, Josué Pellegrini e Gabriel Garrote.

A nota técnica da Warren destaca que desde 2017, em metade dos anos, houve autorizações para saques extraordinários do FGTS, sendo o último em 2022, ano eleitoral. Em comparação com liberações anteriores, a estimativa para 2025 representa 0,1% do PIB, abaixo dos impactos observados em 2017 (0,7%), 2019 (0,6%), 2020 (0,5%) e 2022 (0,3%).

Os economistas ressaltam que o histórico de saques mostra que os valores efetivamente retirados pelos trabalhadores costumam ser menores que as previsões iniciais. “Com exceção de 2017, há uma tendência dos valores efetivamente sacados serem inferiores à previsão inicial: 66% do previsto em 2019, 64% em 2020 e 79% em 2022”, aponta o relatório.

Outro ponto de atenção levantado pelo estudo é a situação do PIB em 2025, que opera acima do seu potencial. Segundo a Warren, isso torna a liberação dos recursos menos recomendável do ponto de vista macroeconômico. “Em 2025, encontramos o PIB operando acima de seu potencial, e uma liberação de recursos do FGTS, sem ser ano de eleições. É nesse sentido que a sinalização de possível antecipação de um complexo cenário eleitoral é ruim, podendo penalizar o ambiente macroeconômico”, afirma a nota.

O governo argumenta que a decisão corrige uma distorção para os trabalhadores que aderiram à modalidade de saque-aniversário e foram demitidos, sem acesso imediato ao saldo total. No entanto, o impacto da medida ainda será monitorado por agentes do mercado, que avaliam possíveis reflexos sobre a inflação e a confiança fiscal.

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