Alta nos preços dos alimentos sufoca brasileiros e reduz aprovação de Lula, diz CNT

A Pesquisa CNT de Opinião, divulgada nesta terça-feira (25) e realizada entre 19 e 23 de fevereiro de 2025, revelou uma queda na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A aprovação do governo caiu de 35% para 29%, enquanto a avaliação negativa subiu de 31% para 44%. Além disso, a aprovação do desempenho pessoal do presidente Lula despencou para 40%, com uma desaprovação de 55%.

Entre os fatores que mais pesaram para essa deterioração na imagem do governo estão a percepção de piora na economia, a alta dos preços de alimentos e a falta de confiança na gestão da segurança pública.

O levantamento entrevistou 2.002 pessoas em todo o Brasil, respeitando a proporcionalidade da população por região.

A pesquisa aponta que, no recorte geográfico, a Região Norte se destaca como uma das áreas de maior desaprovação do governo Lula.

A insatisfação da população nortista se dá principalmente pela percepção de piora na segurança pública e na economia.

Com um alto índice de informalidade no trabalho e desafios estruturais, os nortistas demonstram ceticismo em relação às promessas do governo para os próximos meses.

Além disso, um dos temas mais polêmicos para a região foi a discussão sobre a exploração de petróleo na foz do Rio Amazonas.

Segundo o levantamento, 49,7% dos entrevistados se posicionaram contra a iniciativa, enquanto apenas 20,8% se mostraram favoráveis. O principal argumento dos opositores é o risco ambiental e a falta de clareza sobre os impactos econômicos positivos para a população local.

A pesquisa também fez uma análise histórica e comparou os índices de aprovação dos presidentes no mesmo período de seus mandatos.

Queda drástica

Lula, que já governou o Brasil em dois mandatos anteriores, teve uma queda drástica na sua popularidade em comparação com seu próprio histórico. Em fevereiro de 2009, durante seu segundo mandato, ele possuía 62% de avaliação positiva, enquanto hoje esse número é de apenas 29%.

Em relação ao governo de Jair Bolsonaro, os números mostram um cenário de polarização no país. No Norte, a avaliação do governo Lula é inferior à média nacional, e há uma divisão clara entre aqueles que preferem um candidato alinhado a Bolsonaro (31%) e os que seguem apoiando o grupo político de Lula (29%).

No entanto, 35% dos entrevistados disseram que preferem uma alternativa que não esteja ligada a nenhum dos dois.

Um dos pontos mais críticos da pesquisa foi a economia. A maioria dos entrevistados acredita que a inflação percebida está acima dos índices oficiais.

Os itens com maior aumento de preços, segundo os entrevistados, são café, carnes e grãos. O impacto da alta de preços é sentido com maior intensidade entre as classes mais baixas, especialmente no Norte, onde o custo de vida tem subido constantemente.

As expectativas para os próximos meses também são preocupantes. A maioria dos entrevistados acredita que a situação do emprego, da renda e da segurança deve piorar nos próximos seis meses, indicando um clima de desconfiança em relação ao futuro da economia brasileira.

Com a queda da popularidade do governo Lula, a pesquisa simulou cenários para as eleições presidenciais de 2026. Atualmente, há um empate técnico entre Lula (30,3%) e Jair Bolsonaro (30,1%). Outros nomes que aparecem com destaque são Fernando Haddad, Tarcísio de Freitas e Ciro Gomes.

No segundo turno, todos os cenários testados indicam equilíbrio, sem um favorito claro. O dado mais interessante é que 35% dos entrevistados afirmam que gostariam de uma alternativa que não fosse nem Lula nem Bolsonaro, evidenciando uma possível busca por renovação no cenário político.

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