PDG (PDGR3): CVM abre processo para investigar suposta oferta em meio à disparada das ações

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu uma investigação sobre a PDG Realty (PDGR3), que anunciou ter recebido uma proposta de compra da Sun Hung Kai Properties (SHKP) – empresa de Hong Kong que posteriormente negou essa oferta.

A CVM examina informações divulgadas pela mídia e pela própria empresa para identificar possíveis irregularidades. Se encontrar indícios, pode abrir um processo sancionador para apuração formal.

A PDG Realty, que já foi a maior do setor e passou por recuperação judicial, afirmou ter recebido uma oferta não vinculante da SHKP no valor de US$ 29,6 milhões (aproximadamente R$ 171,6 milhões).

Após o anúncio, o preço da ação PDGR3 na B3 passou de R$ 0,01 para R$ 0,02, uma valorização de 100%.  Por ser uma ação de baixa liquidez, qualquer variação nos pregões dos papéis podem resultar em perdas ou ganhos muito elevados em percentual – o que já aconteceu anteriormente.

No entanto, após questionamentos da imprensa, a SHKP desmentiu a proposta, segundo a Broadcast.

A PDG se manifestou nesta sexta-feira (21) afirmando que está apurando a origem da correspondência com a proposta de compra da empresa. Também disse que teve contatos apenas “preliminares” com o emissor da correspondência, ou seja, não confirmou sua autenticidade.

Desconfiança sobre PDG

A situação levantou suspeitas de manipulação de mercado, já que as negociações das ações da PDG na bolsa dispararam também antes do anúncio. O volume médio de R$ 50,3 mil subiu para R$ 9,14 milhões no dia seguinte ao comunicado.

Desde sua recuperação judicial, a PDG enfrenta dificuldades para retomar lançamentos. Em 2024, registrou vendas líquidas de R$ 116 milhões e prejuízo de R$ 410 milhões até setembro.

A proposta da SHKP foi vista com desconfiança pelo mercado, pois aquisições de incorporadoras são raras no Brasil. Empresas do setor geralmente preferem comprar terrenos e formar equipes próprias, evitando passivos de terceiros.

A SHKP é uma gigante do mercado imobiliário global. Suas vendas em 2023-2024 somaram R$ 27,5 bilhões, mais do que o dobro das da Cyrela, a maior incorporadora do Brasil.

 *Com informações de Estadão Conteúdo  

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