Krist Novoselic diz que Nirvana se juntou a sindicato de atores para ter plano de saúde

No início do mês, Chappell Roan usou seu discurso após ganhar um Grammy para criticar a indústria musical pela forma como as gravadoras tratam os artistas. Após ser alfinetada por um figurão da música, a cantora ganhou o apoio de ninguém menos que Krist Novoselic, baixista lendário do Nirvana.

Na ocasião, a cantora se mostrou enfurecida com a forma como as empresas deixam de fornecer benefícios como planos de saúde para seus contratados. Embora a fala de Chappell tenha sido muito bem recebida na cerimônia e amplamente elogiada nas redes sociais, Roan recebeu algumas críticas do executivo musical Jeff Rabhan.

Em um artigo do Hollywood Reporter, Rabhan escreveu que, em parte, a dona de sucessos como “Good Luck, Babe!” é “muito imatura e muito desinformada para ser a agente de mudança que ela quer ser hoje”.

Para vários nomes da cena, a crítica soou desnecessária e muitos saíram em defesa de Chappell, como Krist Novoselic. Em sua conta oficial no Twitter/X, o músico relembrou quando ele e seus companheiros de banda, Kurt Cobain e Dave Grohl, só conseguiram um plano de saúde quando se juntaram a um sindicato de atores.

Ressaltando que a indústria musical trata seus artistas de forma muito menos favorável do que a indústria cinematográfica e televisiva, Novoselic afirmou, sem citar o nome da cantora (via AlternativeNation):

“Quando o Nirvana assinou com uma grande gravadora, nosso contador sugeriu que nos juntássemos à SAG-AFTRA. Fizemos isso e eu tenho um ótimo seguro de saúde há 35 anos. — Krist.”

Os artistas precisam se unir nessa luta, né?

Krist Novoselic defende discurso de Chappell Roan

Vale lembrar que, depois de seu discurso inflamado no Grammy, Chappell doou quase R$150 mil para “artistas com dificuldades que foram abandonados”, e desafiou Rabhan a fazer o mesmo.

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Na cerimônia, realizada no dia 2 de fevereiro, Roan evidenciou o descaso que as gravadoras demonstram ao não oferecerem recursos satisfatórios para os artistas:

“Eu disse a mim mesma que, se eu ganhasse um Grammy e pudesse ficar aqui na frente das pessoas mais poderosas da música, eu exigiria que as gravadoras e a indústria que lucra milhões de dólares com os artistas oferecessem um salário digno e assistência médica, especialmente para artistas em desenvolvimento. Como fui contratada tão jovem, fui contratada como menor de idade e, quando fui dispensada, não tinha nenhuma experiência profissional e, como muitas pessoas, tive dificuldade em encontrar um emprego na pandemia e não pude pagar meu seguro saúde. Foi tão devastador me sentir tão comprometida com minha arte e tão traída pelo sistema e tão desumanizada por não ter saúde. E se minha gravadora tivesse priorizado a saúde dos artistas, eu poderia ter recebido cuidados de uma empresa para a qual eu estava dando tudo. Então, as gravadoras precisam tratar seus artistas como funcionários valiosos com um salário digno e seguro saúde e proteção. Gravadoras, nós estamos com vocês, mas vocês estão com a gente?”

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